Um investimento de cinco milhões de euros quer valorizar o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, em Arcos de Valdevez, em fase de classificação nacional, para potenciar o turismo religioso e de natureza.
“Queremos relançar o Santuário que é, do ponto de vista artístico, cultural e patrimonial, muito relevante e que nos pode ajudar a alavancar o turismo religioso, cultural e de natureza, dado estar localizado em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG)”, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez.
João Manuel Esteves adiantou que o projecto previsto para o Santuário visa “criar mais condições de atractividade e, com isso, ajudar a fixar pessoas e atrair investimentos, associados à relevância do PNPG à de um conjunto religioso que aguarda classificação nacional”.
Datado do século XVIII, o Santuário é constituído pela igreja que foi terminada em 1875, pelo grande terreiro dos evangelistas e uma escadaria com cerca de 300 metros, sendo que nas suas laterais existem 20 capelas que retratam cenas da vida de Cristo, e ainda os quartéis.
Propriedade da Confraria de Nossa Senhora da Peneda, o templo foi elevado a santuário em abril 2020, por decreto do então bispo da Diocese de Viana do Castelo, Anacleto Oliveira.
A Diocese justificou o reconhecimento como santuário por se tratar de “um dos monumentos marianos mais notáveis” do distrito de Viana do Castelo e “pela sua antiguidade, dos mais venerados em todo o Alto Minho, estendendo-se o seu prestígio e influência à vizinha região autónoma da Galiza, em Espanha”.
Também em 2020, a Câmara de Arcos de Valdevez e a Confraria de Nossa Senhora da Peneda iniciaram o processo de classificação nacional do Santuário junto do Ministério da Cultura, nomeadamente da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) e Direção Geral do Património Cultural (DGPC).
Em outubro de 2021, a Direção-Geral do Património Cultural abriu o procedimento de classificação nacional do Santuário de Nossa Senhora da Peneda, considerado um dos grandes santuários marianos do Noroeste Peninsular.
“Esperamos que durante o mês de setembro seja conhecida a pronúncia do Conselho Nacional de Cultura sobre a classificação”, atirou João Manuel Esteves.
O autarca acrescentou que o plano de valorização do Santuário “pretende beneficiar toda a área sujeita a classificação como património nacional, definindo todas as tipologias de intervenção, quer nos edifícios, quer no espaço público, e as prioridades do investimento que deverá prolongar-se por cinco a seis anos”.
“O projecto vai ser apresentado às entidades nacionais e regionais, sendo que o objetivo é encontrar parceiros para as intervenções previstas que serão financiadas por fundos comunitários, nacionais e regionais”, referiu.