O Município de Braga, em parceria com a Casa do Professor e o INOVA + International, iniciou em 2019 o “ouRoute”, um projecto «educativo e cultural que decorre até Junho deste ano, cuja essência é o ensino para a valorização do património aliado à cidadania e educação cívica». Com o projecto “Património Cultural e Dos cidadãos – criação de uma nova geração de embaixadores culturais através do ensino e da formação: “ouRoute” – pretendeu-se «promover valores comuns, o património cultural e a inclusão social através da educação», pode ler-se em nota enviada pelo Município de Braga. Nesta linha estratégica, o projecto “ouRoute” respondeu à «necessidade urgente de partilhar e apreciar o património cultural da Europa, sensibilizar sobre a história e os valores comuns e reforçar um sentimento de pertença a um espaço europeu comum».
O projecto teve como principal objectivo «capacitar os estudantes a agir como cidadãos e “embaixadores culturais”, ou ‘ouRouters’ nas suas cidades, envolvendo-os em jornadas de (re)descoberta e expedições “etnovideográficas” para investigarem o património cultural imaterial e todos os seus componentes. Para tal, o projecto assentou numa abordagem construtiva que envolveu progressivamente stakeholders de escolas, parcerias científicas, comunidades locais (incluindo artistas, artesãos e associações locais no sector criativo, etc.) e autoridades públicas dos municípios de Braga, Ceuta (Espanha) e Palermo (Itália)».
Os alunos e professores Bracarenses envolvidos no projecto pertencem ao Agrupamento de Escolas André Soares que participaram na realização deste encontro para a apresentação da “Estratégia para o Património Cultural dos Cidadãos”. No “ouRoute” participam cerca de 100 alunos e oito professores.
SESSÃO DE APRESENTAÇÃO
No decorrer da sessão de apresentação da estratégia, a vereadora da Educação da Câmara Municipal de Braga salientou que educar para a identidade, cultura e património é um dos «eixos prioritários dos projectos educativos das escolas», mas também do município.
«Braga é uma Cidade onde se vive de forma intensa o património, a memória e as tradições. Como tal, acolher o “ouRoute” foi uma mais valia pedagógica para os parceiros, mas, particularmente, para os alunos e professores que puderam trabalhar com criatividade os vários desafios que lhes foram apresentados», referiu Carla Sepúlveda.
Desenvolver durante a pandemia um projecto que se pretendia in loco obrigou a um esforço hercúleo por parte de professores e alunos.
«Este era um projecto com acções de terreno e que, dadas as circunstâncias, teve de ser adaptado. Os intercâmbios entre alunos portugueses e estrangeiros são também uma forma de cimentar o sentido de pertença não só ao nosso território, mas à Europa e ao mundo porque somos cada vez mais cidadãos de “porta aberta” ao conhecimento que vem da diversidade. A comunidade educativa do AE André Soares soube “dar” Braga aos parceiros espanhóis e italianos, mas também têm recebido muito de Itália e Espanha», enalteceu a vereadora, destacando que «esta troca de experiências, saber e conhecimento verte-se também num verdadeiro exercício de cidadania».
No encontro estiveram presentes os directores dos agrupamentos de escolas do Concelho, professores, alunos, pais e equipas técnicas do projecto.
Nesta sessão, a comunidade educativa envolvida pôde assistir à palestra “Educação cívica através da arte e património”, proferida pela professora doutora Alexandra Esteves, directora do curso do Mestrado em Património Cultural da Universidade do Minho. Na referida palestra versou-se sobre a importância da arte e do património na formação cívica, na promoção do respeito pela multiculturalidade das sociedades actuais, bem como no desenvolvimento de atitudes de respeito pelo património histórico e cultural, sua preservação e valorização.