O líder do Chega declarou aos jornalistas em Lisboa, este domingo, que a manifestação contra a “imigração descontrolada” convocada pelo partido reuniu mais de três mil pessoas e que se trata de um dia histórico e acusou os governos de PS e PSD de não quererem mudar políticas.
“Nós queremos mais segurança, controlo de fronteiras. É um dia histórico nesta cidade, porque estão, de facto, milhares de pessoas, um país inteiro hoje [domingo] aqui“, clamou André Ventura.
“É uma manifestação histórica, no sentido em que é a primeira vez na história de Portugal em que um grande movimento sai à rua para dizer que quer não acabar com a imigração, mas controle na imigração”, disse, poucos minutos antes do arranque da manifestação, perto das 16h00 em Lisboa.
Ventura não quis responder sobre a presença de elementos de movimentos de extrema-direita, como Mário Machado, dizendo que quis que “toda a gente que venha a esta manifestação venha por bem”, dizendo que houve um grande esforço do Chega para que o protesto seja seguro.
“Espero que o Governo, espero que a Assembleia da República, espero que o país perceba, se não pararem a tempo, nós também não pararemos. Este movimento não parará de crescer”, disse.
A manifestação arrancou em direcção ao Rossio com gritos de “nem mais um, nem mais um”, nem mais um imigrante ilegal’ ou ‘chega de bandalheira’
Para o local, foi destacado um forte dispositivo policial, com várias carrinhas da policia de intervenção.
A Amnistia Internacional deslocou também para o local três elementos para observar o protesto, designado pelo Chega ‘Salvar Portugal’.
NÚMEROS DA IMIGRAÇÃO
A população estrangeira em Portugal aumentou cerca de 33% no ano passado, totalizando mais de um milhão de imigrantes a viver legalmente no país, segundo um documento apresentado em Junho pelo Governo.
De acordo com o executivo PSD/CDS-PP, a maior parte das autorizações de residência atribuídas em Portugal são para o exercício da actividade profissional.
O documento indica ainda que as migrações contribuem para “a revitalização demográfica e o aumento da população activa”, tendo a maior parte dos estrangeiros residentes em Portugal entre os 25 e os 44 anos.
Estes dados foram apresentados após o Conselho de Ministros em que foi aprovado o Plano de Acção para as Migrações, tendo, na altura, o primeiro-ministro rejeitado “qualquer ligação directa” entre a “capacidade de acolher imigrantes e aumentos de índices de criminalidade”.
Com RTP3 e SIC Notícias