Algumas escolas podem sofrer alterações no funcionamento e fechar, parcialmente, durante a realização das provas do 4.º e 6.º ano de Avaliação e Monitorização da Aprendizagem (ModA), durante as próximas três semanas. No 2.º ciclo, podem ser esperados furos nos horários, pelos professores serem convocados para vigilância, apoio técnico ou secretariado.
Quanto à realização das provas, o Governo garante que todas as falhas apontadas nas escolas, em quatro inquéritos, feitos desde novembro, estão resolvidas. Segundo o mesmo, foram investidos cerca de oito milhões de euros em aquisição ou reparação de computadores. As escolas ficam com 100 mil equipamentos disponíveis para distribuir. Foram, ainda, contratados 27 técnicos especializados em redes de informática.
O gabinete do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre aponta, ao Jornal de Notícias (JN), que «as condições tecnológicas adequadas, tanto em termos de equipamentos informáticos como em termos de conectividade».
Depois dos inquéritos, em abril, em 229 agrupamentos com dificuldades técnicas, 74 apontaram que os problemas continuavam, sendo resolvidos até 9 de maio.
Em cada semana, cada agrupamento vai decidir em que dia faz as provas.
O presidente da associação nacional de diretores (ANDAEP), Filinto Lima, e o vice-presidente da associação nacional de dirigentes escolares (ANDE), Jorge Saleiro, apontam que «muitas escolas podem ter a necessidade de fechar, o dia inteiro ou parcialmente» por número de alunos em prova, de salas usadas e professores convocadas.
«Por exemplo, se as escolas tiverem necessidade de distribuir os alunos por turnos, pode haver quem termine a prova perto das 14 horas e isso pode ter implicações nos transportes ou na alimentação», reflete Jorge Saleiro.
O vice-presidente da ANDE defende que as provas deviam ser realizadas no final do ano letivo.
O movimento Missão Escola Pública aponta que deviam ser feitas por amostra em vez de serem universais. Já o presidente da ANDAEP é contra oscilação entre provas de aferição e ModA consoante o partido no poder.
«Há alunos que passam pelos pingos da chuva e outros que se fartam de fazer provas», critica Filinto Lima.
As ModA vão ser feitas em formato digital.
«O que mais me preocupa é o dia-a-dia. Há turmas que levam frequentemente os portáteis para a escola, outras uma vez por mês e há quem mal use computadores», aponta a presidente da Confederação Nacional de Pais, Mariana Carvalho.
A Fenprof convocou greve a todo o serviço relacionado com as provas. Cristina Mota, coordenadora do Missão Escola Pública, aponta que isso terá impacto.
«Há escolas com arrecadações cheias de computadores sem consertos e professores que discordam da correção das provas feita por uma bolsa solidária», vinca.
Condições para realizar as provas
Foram contratados 27 técnicos especializados em redes de informática pelos agrupamentos que apontaram esta falha. Estes vão «acompanhar e resolver eventuais problemas técnicos nos dias em que se realizam as provas finais do 9.º ano».
Desde novembro, o Governo deu 15,4 milhões de euros, sobretudo para a reparação ou aquisição de computadores e 122 mil euros na compra de equipamentos como extensões e auriculares. As escolas executaram 8,32 milhões de euros.
O MECI garante ao JN que escolas têm 96 550 computadores disponíveis para alunos e professores, tanto para as ModA como para as provas do 9.º ano. Destes, 65 866 foram devolvidos e estão aptos a ser redistribuídos e 30 684 são para alunos com Ação Social Escolar.
As ModA são feitas entre 19 de maio e 06 de junho. Na primeira semana realizam-se provas da área de Português e entre 26 e 30 de maio as provas de Inglês (4.º ano) e de História e Geografia de Portugal (6.º ano). Na última semana decorrem as provas de Matemática.
Cada prova ModA dura 105 minutos, repartidos em duas partes de 60 e 45 minutos e separadas por um intervalo de 15 minutos. Todas são feitas em formato digital.