A administração da Resulima, empresa de tratamento e valorização de resíduos, assegura que só procede à deposição de resíduos urbanos directamente no aterro sanitário de Paradela, em Barcelos, em caso de “emergência” e em “articulação com as entidades responsáveis”, adiantando que as recentes descargas directas se deveram à descoberta de “resíduos têxteis em elevada quantidade”.
O esclarecimento da empresa, com sede em Viana do Castelo, surge na sequência das declarações do presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, sobre “descargas de ilegais” de resíduos sem tratamento que a Resulima efectuou no aterro de Paradela, confirmadas por fotos publicadas pela Junta de Freguesia poveira de Laúndos, e, posteriormente, em vídeo.
Ontem (terça-feira), em comunicado ao PressMinho/jornal ‘O Amarense’, a empresa explica que “a prática de deposição de resíduos urbanos directamente em aterro sanitário ocorre exclusivamente em situações de emergência, avaria ou quando os circuitos de recolha em questão têm resíduos que, pela sua natureza e características, têm potencial de causar avaria nos equipamentos que constituem o tratamento mecânico, situação que decorre de procedimentos de segurança preventivos em qualquer unidade de tratamento de resíduos”.
A administração da Resulima, adianta que no seu caso “esta situação ocorre em alguns circuitos de recolha de resíduos urbanos onde foram detectados resíduos têxteis em elevada quantidade, situação que já está a ser analisada com as entidades responsáveis”.
A empresa assegura ainda que a situação “é do conhecimento de todas as entidades que fazem parte da Comissão de Acompanhamento da Unidade de Valorização de Resíduos”, tendo sido “devidamente reportada e registada pela Resulima”, e que as notícias veiculadas recentemente “descrevem uma situação que não corresponde à verdade dos factos”.
“De reforçar que a Resulima tem como compromisso a qualidade de vida da população e dos cidadãos, assegurando o melhor tratamento, valorização e encaminhamento de resíduos nas suas unidades, nas quais se inclui o aterro sanitário, de acordo com as Melhores Técnicas Disponíveis (MTDs) associadas ao sector e no cumprimento das práticas legais em vigor para os aterros”, remata o comunicado.
O aterro entrou em funcionamento no início de 2022, mas, desde então, tem gerado a contestação dos habitantes das freguesias poveiras limítrofes de Rates e Laúndos, que se queixam da presença de “um cheiro nauseabundo” na zona, apontando como causa a actividade do aterro.