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Salário médio sobe para patamar inédito de 1.200 euros

O salário médio líquido superou, pela primeira vez, os 1.200 euros em Portugal. Nos primeiros três meses do ano, subiu 9,86% para 1.203 euros, um aumento de 108 euros em relação a 2024, quando o ordenado médio estava nos 1.095 euros mensais. Os novos dados foram avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Já sem o impacto da inflação média dos últimos 12 meses, de 2,42%, o crescimento foi de 7,2% (78,9 euros). Assim, 29,1 euros do aumento nominal de 108 euros destina-se à subida de preços. Depois, subtraindo então o custo de vida, o ordenado médio líquido aponta 1.173,9 euros.

O rendimento médio mensal líquido, depois da retenção na fonte em sede de IRS e das contribuições sociais, está em crescimento. No ano passado, subiu 100 euros para 1.142 euros, sendo um aumento de 9,6%, em relação aos 1.042 euros de 2023. Esta é a maior subida da década.

Os primeiros meses de 2025 mantêm o crescimento, destacando os ordenados dos técnicos de nível intermédio, Forças Armadas, professores e médicos.

Do quarto trimestre de 2024 para os primeiros três meses de 2025, o aumento do salário médio líquido foi de 1,6% (19 euros).

Militares, médicos, professores e técnicos têm maiores aumentos

O INE avança que, no primeiro trimestre do ano, os técnicos e profissões de nível intermédio, as atividades intelectuais e científicas, onde se incluem professores e médicos, e as Forças Armadas foram as classes que registaram um maior aumento dos salários.

Os técnicos de nível intermédio destacam-se, ao ganhar 1.294 euros, mais 11,94% (138 euros) do que há um ano (1.156 euros). Segue-se o grupo das atividades científicas e intelectuais, cujo salário subiu de 1.499 euros para 1.651 euros, um aumento de 152 euros, (10,14%), sobretudo pelo descongelamento da carreira dos professores e da valorização das carreiras dos médicos.

Em terceiro lugar, estão os militares das Forças Armadas, com aumento de 9,9% (137 euros), levando o ordenado de 1.384 para 1.521 euros, devido a um novo aumento em 50 euros do suplemento de condição militar, que passou de 300 para 350 euros mensais, no início de 2025.

Trabalhadores de montagem entre os que menos subiram em salário

Entre os grupos com aumentos menos significativos estão os representantes do poder legislativo e gestores de topo, os funcionários não qualificados e os trabalhadores da montagem.

Entre janeiro e março, o salário dos representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos alcançou 1.945 euros, uma subida de 5,20% (96 euros) face ao ordenado de 2024, de 1.846 euros. Esta evolução relaciona-se com o fim do corte salarial de 5% no início do ano.

A penalização perdurava desde o período da troika, tendo sido eliminada por proposta de PSD e CDS, aprovada no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

Seguem-se os funcionários não qualificados, cujo ordenado médio líquido aumentou 6,55% (45 euros), passando de 687 para 732 euros.

Os trabalhadores da montagem, por sua vez, beneficiaram de um aumento de 7,65% (73 euros), elevando o ordenado médio líquido de 954 para 1.027 euros.

Forças Armadas e agricultores recebem menos

Entre o último trimestre de 2024 e os primeiros três meses de 2025, os militares, os técnicos de nível intermédio e os agricultores viram o rendimento mensal líquido a diminuir, por efeitos sazonais, já que em dezembro recebem o subsídio de natal.

Nas Forças Armadas, destaca-se uma redução salarial de 11,26% (193 euros), fazendo o ordenado cair de 1.714 para 1.521 euros. Esta variação explica-se pelo aumento do subsídio de risco, de 100 para 300 euros mensais, pago em outubro, com efeitos retroativos a 1 de julho.

Para os técnicos de nível intermédio, os salários encolheram 0,99% (13 euros), passando de 1.307 para 1.294 euros, o que pode ser explicado pelo pagamento do subsídio de natal, em dezembro.

No caso dos agricultores, a remuneração caiu 0,71% ou seis euros, uma quebra de 847 para 841 euros mensais.

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