Metade dos pensionistas, sendo quase um milhão, recebia, no final de 2024, uma pensão de até 500 euros. O valor é equivalente a 51% do total e fica abaixo do limiar de pobreza fixado para o ano.
Segundo os dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), uma análise da CGTP aponta que «perto de 1 milhão de pensionistas de velhice da segurança social (986,2 mil) recebiam menos de 500 euros de pensão por mês», sendo 51,2% do total.
Este valor fica abaixo do limiar de pobreza fixado para 2024 que era de 542 euros, sendo o rendimento anual dividido por 14.
Do total de quase um milhão de pessoas que recebiam até 500 euros, quase sete em cada dez (703,5 mil, ou seja, 68,2%) eram mulheres e 31,7% (282,7 mil) eram homens.
Ainda, «outros 25,8% recebiam entre 500 e 750 euros, correspondendo a perto de 497 mil pensionistas de velhice de ambos os sexos», diz a central sindical.
Com isto, no total, quase 1,5 milhões de reformados recebiam até 750 euros, ou seja, 77% do total de pensionistas da Segurança Social (1,92 milhões).
O documento afirma, ainda, que há 102.789 a ganhar entre 1.200 euros e 2.000 euros, 26.907 a receber entre 2.000 e 2.500 euros, 14.872 que auferiam entre 2.500 e 3.000 euros, e 26.880 com 3.000 euros ou mais.
Assim sendo, cerca de 2% (41.752 mil) recebiam uma pensão de velhice igual ou superior a 2.500 euros, aponta a Lusa, com base na CGTP.
«Na Segurança Social, que abrange a maioria dos reformados e pensionistas do país, os valores médios das pensões são muito baixos, principalmente no caso das mulheres», aponta a CGTP.
Em dezembro de 2024, «o valor médio das pensões de velhice era de cerca de 666 euros mensais no conjunto de todos os regimes, situando-se pouco acima do limiar de pobreza», diz ainda.
«As pensões do regime geral são pouco mais elevadas (516 euros na média do conjunto dos regimes e 524 euros no regime geral), mas em qualquer dos casos são sempre mais baixas entre as mulheres (rondam os 62% do valor recebido pelos homens), devido aos seus salários serem também, em média, mais baixos e as carreiras contributivas mais curtas», termina.
A análise parte de um conjunto de dados que a CGTP tem realizado no âmbito da conferência nacional que a Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens – CIMH/CGTP-IN, a realizar a 05 de junho.
Com Executive Digest