É com extrema preocupação que a ACIBEV – Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal reage ao mais recente episódio da guerra comercial de Donald Trump, que agora a ameaça a União Europeia (UE) com tarifas de 200% sobre vinho, champanhe e outras bebidas alcoólicas europeias.
A preocupação foi manifestada, esta quinta-feira, à Renascença directora executiva da Associação de Vinhos e Espirituosas, explicando que os EUA representam 27% das exportações de vinhos da UE.
“O mercado dos Estados Unidos é o quinto maior mercado em termos de volume de exportação do vinho português e o mercado dos Estados Unidos significa cerca de 27% do mercado da exportação dos vinhos europeus”, explica Ana Isabel Alves.
Ou seja: o sector do vinho, quer o nacional, quer o europeu, está “extremamente preocupado” com este anúncio de Donald Trump.
À Renascença Ana Isabel Alves considera que, se a medida avançar, Portugal não vai conseguir colmatar a perda de vendas.
“O que isto significa é que os vinhos europeus deixarão de poder ser comercializados nos Estados Unidos. Isto vai ser um rombo brutal na indústria e na produção dos vinhos europeus e dos vinhos portugueses, porque dificilmente os produtores portugueses encontrarão um mercado que compense a perda de vendas para o mercado dos Estados Unidos”, adverte.
A responsável deixa “um apelo urgente” para que seja colocado um ponto final na guerra comercial entre EUA e UE.
“O sector do vinho europeu e português pede com a maior urgência que a União Europeia e os Estados Unidos, os governos da União Europeia e dos Estados Unidos cheguem a um acordo relativamente ao diferendo do alumínio e do aço e que ponha fim a esta guerra comercial”, termina.