As Termas de Caldelas voltam a abrir na próxima quarta-feira, este ano sob gestão da Câmara Municipal de Amares, que investiu cerca de um milhão e 100 mil euros na compra do complexo termal.
A expectativa da autarquia, que conta com a parceria da Junta da União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos, é que as termas «recuperem o dinamismo e a vitalidade» de outros tempos, voltando a afirmar-se como uma «referência» a nível regional e nacional.
«Depois de um processo moroso, muito complicado, marcado por avanços e recuos, conseguimos comprar todo este complexo, à excepção do hotel. Queremos que as Termas de Caldelas voltem a ser um pólo de desenvolvimento e crescimento», referiu esta segunda-feira o presidente da Câmara, Manuel Moreira, em conferência de imprensa.
Segundo o autarca, o Município investiu «quase meio milhão de euros» neste processo de abertura, possibilitando assim que as portas se voltem a abrir, mantendo o mesmo corpo clínico e os mesmos recursos humanos do passado.
Em simultâneo, tal como “O Amarense” noticiou, o executivo camarário e a Assembleia Municipal já aprovaram o concurso para nova concessão, que prevê um investimento mínimo de quatro milhões de euros e intervenções de requalificação na totalidade dos edifícios que foram adquiridos pela Câmara Municipal.
PROPRIEDADES ÚNICAS
Numa explicação mais técnica, a directora clínica, Idalina Russell, sublinhou as «propriedades únicas» da água das Termas de Caldelas, particularmente indicadas para o tratamento de doenças do sistema digestivo e de doenças do aparelho músculo-esquelético.
«O grande património das termas é a sua água, que reúne características muito específicas para fins terapêuticos, tendo uma concentração de minerais muito grande, o que faz com que sejam óptimas para o organismo», apontou.
Lembrando que a água «tem de ser prescrita por um médico e administrada por terapeutas», Idalina Russell disse que esse recurso terapêutico «não pode ser subestimado» nem substituído pela vertente do bem-estar, que contudo também está associada através de programas de emagrecimento, anti-stress e rejuveniscimento.
«Estas são termas vocacionadas para tratar o sistema digestivo, as únicas com água hipomineralizada», apontou.
A responsável garantiu ter uma equipa «preparada e empenhada» em fazer com que as Termas de Caldelas tenham uma época «muito melhor» do que nos anos anteriores, destacando-se acima de tudo pelos seus fins terapêuticos e associando também com programas de bem-estar.
MOMENTO HISTÓRICO
Para o presidente da Junta da União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos, José Almeida, este trata-se de um «momento histórico», porque a exploração das termas voltam a pertencer à Câmara Municipal de Amares, «de onde nunca deveria ter saído».
«Chamarei a este o ano zero. Não perco a esperança que a Câmara de AMares fique satisfeita com a experiência deste ano, mude de ideias em relação à concessão e possa manter esta responsabilidade no futuro, embora saiba que não tem propriamente o pelouro da exploração termal», referiu.