O Caminho da Geira e dos Arrieiros foi o itinerário escolhido por mais de um terço dos peregrinos que partiram de Braga no ano passado com destino a Santiago de Compostela.
O grande impacto da pandemia no fluxo de pessoas, que caiu 75,4% na capital do Minho em relação a 2019, está bem patente nos dados revelados esta terça-feira pelo gabinete de imprensa da Catedral de Santiago.
A Compostela foi entregue a 193 peregrinos que iniciaram a jornada em Braga, nos dez meses com registos (suspensos em Abril e Maio), 72 dos quais percorreram o Caminho da Geira e dos Arrieiros (37,3%).
Este itinerário, que liga Braga a Santiago de Compostela na distância de 240 quilómetros, foi percorrido por 99 peregrinos, uma descida de 73% em comparação com 2019. Além da capital do Minho, as estatísticas registam como pontos de partida Cortegada (6), Ribadavia (5), Lóbios (3), Terras do Bouro (1) e “outros locais de Portugal” (12).
O gabinete de imprensa da Catedral de Santiago revelou ainda que “desde Braga, por outros caminhos”, chegaram 94 peregrinos à capital da Galiza.
Apesar da grande diminuição verificada na frequência dos percursos iniciados em Braga, ela é, mesmo assim, inferior à média geral, que caiu de 347.578 Compostelas emitidas em 2019 para 53.799 no ano passado (-84,5%).
Em 2019 iniciaram em Braga os diferentes caminhos 786 pessoas, mais 192 (32,3%) do que no ano anterior. O Caminho da Geira e dos Arrieiros contribuiu de forma decisiva para a subida então registada, com a atribuição de Compostelas (documento comprovativo do cumprimento da jornada) a 367 peregrinos em 10 meses.
Além dos peregrinos que receberam a Compostela (e, como tal, entraram nas estatísticas), as associações que promovem e valorizam este caminho estimam que muitos outros o percorreram, num total de mil pessoas desde 1 de abril de 2017, data em que foi apresentado em Braga.
Os portugueses constituem o maior grupo (80%), havendo ainda registo da passagem de italianos, suíços, franceses, brasileiros, polacos e holandeses.