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REGIÃO

REGIÃO -
Alto Minho quer reunião “urgente” com o ministro da Saúde por falta de investimento

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho pediu uma reunião “com carácter de urgência” ao ministro da Saúde, para abordar as prioridades de investimento e os desafios enfrentados na área da saúde no território, foi esta quarta-feira divulgado.

Em comunicado, a CIM do Alto Minho, que agrega os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo, apontou como medidas a necessitar de “atenção imediata” e “urgente” a “criação de condições adequadas de financiamento para investimento e funcionamento dos serviços de saúde, com enfoque na reabilitação das estruturas e no reforço de recursos físicos e equipamentos nas instalações dos cuidados de saúde primários”.

“A CIM do Alto Minho já apresentou um dossiê detalhado ao ministro da Saúde, que inclui um levantamento realizado pela Unidade Local de Saúde Alto Minho (ULSAM) e pelos municípios sobre as necessidades de investimento em saúde na região”, refere a nota.

A CIM reforça que também “já foram elaborados projectos de execução e outras peças técnicas, visando a posterior candidatura a fundos comunitários, em particular o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para a concretização de intervenções nas Unidades de Cuidados de Saúde Primários do Alto Minho”.

REGIÃO PENALIZADA

O modelo de financiamento da ULSAM, em vigor desde 2011, atribui à região uma capitação inferior à média nacional, apesar da complexidade e da dispersão geográfica do território, e essa é outra das preocupações dos concelhos que integram a comunidade intermunicipal.

“A CIM Alto Minho considera que a ULSAM tem vindo a ser fortemente penalizada pelo modelo de financiamento adoptado nos últimos anos, enfrentando uma das mais baixas capitações a nível nacional. Esta situação coloca em risco a capacidade de investimento em equipamentos e infra-estruturas essenciais para uma melhor resposta dos serviços de saúde no Alto Minho, assim como compromete o adequado funcionamento das diversas valências e especialidades oferecidas pela ULSAM”, sustenta.

RADIOLOGIA EM VIANA

O pedido para uma reunião “urgente” com Manuel Pizarro foi deliberado na última reunião do Conselho Intermunicipal da CIM, na segunda-feira, em Viana do Castelo, durante a qual foram apresentadas várias “preocupações”, quer pela CIM, quer pelos 10 municípios que a integram.

Como exemplo, a CIM apontou o caso do presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, que “apresentou uma exposição realizada pela Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo (LAHVC) sobre o abaixo-assinado que reclama a criação do serviço de radiologia na ULSAM.

“O abaixo-assinado já conta com a adesão de mais de 30 mil cidadãos dos 10 concelhos do Alto Minho”, sublinha a CIM.

Em Março, a LAHVC apelou a Manuel Pizarro a criação daquele serviço, sendo que o governante deixou a promessa de que iria estudar o assunto.

Na altura, o presidente da Assembleia Geral da LAHVC, Defensor Moura, entregou “em mãos” ao ministro uma exposição que refere que “o hospital de Viana do Castelo carece de dois aparelhos para tratar adequada e atempadamente os 400 novos doentes oncológicos que surgem no distrito todos os anos”.

Segundo a LAHVC, por ano, surgem 400 novos doentes oncológicos no distrito de Viana do Castelo que fazem, em média, 25 sessões de radioterapia, o que os obriga a fazer muitas viagens de ida e volta ao Porto ou a Braga para os tratamentos.

Na segunda-feira, na reunião do Conselho Intermunicipal da CIM do Alto Minho, “foi salientada a necessidade de designação do novo conselho de administração da ULSAM, uma vez que o mandato dos actuais membros terminou em 2019”.

“Foi prorrogado até 31 de Dezembro de 2021, no sentido de dar estabilidade à gestão e funcionamento desta unidade durante a pandemia de covid-19”, refere a nota.

A ULSAM gere os hospitais de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, servindo uma população residente de 231.488 habitantes nos 10 concelhos do distrito e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.

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