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OPINIÃO

OPINIÃO -
Celebrar com orgulho junho e os Santos Populares

Opinião de Marco Alves

 

O mês de junho marca o início do verão. Os dias ficam maiores, as temperaturas aumentam e, em Portugal, de norte a sul, há uma série de eventos que assinalam o início da estação mais quente do ano, onde são muito acarinhados os Santos Populares.

Estes Santos são do povo e agraciam, num acordo tácito e anualmente renovado, a experiência da sua natureza. As ruas cheiram a sardinha assada, o vinho canta na malga e a folia das marchas dão vida fortalecendo a alegria onde há arcos e balões coloridos. Abençoa-se o povo com o alho-porro, salta-se a fogueira para dar sorte e as procissões embelezam as ruas, onde se unem todos e ficam rendidos às festas populares.

As festas em honra de Santo António em Amares começaram há mais de 70 anos quando António Paulo tomou a iniciativa de festejar no Largo da Feira Nova, apenas com a realização de uma pequena fogueira onde a população se reunia para dar calor ao convívio. Este convívio foi arrastando as populações vizinhas, tornando-se, ano após ano, num evento com uma importância significativa.

Perante isto, em 1951, Felisberto Macedo de Barbosa, filho de António Paulo, juntamente com António Ramos e Narciso Gonçalves, entre outros, lançaram a ideia de realizar a primeira grande festa a Santo António em 1952. De salientar que, na primeira grande festa, surgiu de forma improvisada, a primeira marcha. Durante os festejos, houve um dia em que o programa do mesmo não tinha muitas atrações e, para preencher essa lacuna, alguém se lembrou de reunir os rapazes da Feira Nova com flautas de barro e casacos virados do avesso para desfilar pelo largo. Foi desta forma que nasceu a primeira marcha de Santo António.

A comissão das Festas D’Amares Santo António tem contribuído para a preservação da cultura popular local, onde várias atividades são recriadas de forma a manter a tradição. Nestes dias, Amares veste-se a rigor, tornando-se numa montra viva do que o concelho tem para oferecer aos seus visitantes. Para além do programa religioso, com missa cantada e procissão, as Festas D’Amares contam com um programa abundante em música popular e tradicional portuguesa, as marchas populares que têm vindo a crescer de ano para ano, diversas atividades desportivas, a procissão com figurantes e andores, com destaque para fogo de artificio realizado no último dia dos festejos, o dia 13 junho, feriado municipal.

Não fosse a pandemia, este ano organizava-se a 71ª festa de Santo António no concelho.

Vai a toda a parte

só para mostrar,

o Cávado seu noivo,

o Homem seu par.

Sobe ao Monte São Pedro Fins

desce à Ponte do Porto

muito sobe e desce

Menina Amares.

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