Artigo de Alice Magalhães, Especialista Enfermagem Comunitária na Unidade de Saúde Pública ACeS Cávado II – Gerês/Cabreira
Em Portugal surgem, anualmente, cerca de 1500 novos casos de melanoma. A pele é o maior órgão do corpo: protege-o do calor, da luz do sol, de feridas e de infeções; ajuda a regular a temperatura corporal, armazena água e gordura, e produz vitamina D.
O melanoma é um tipo de cancro que ocorre nas células que produzem o pigmento na pele. Estas células chamam-se melanócitos e estão localizadas principalmente na camada mais superficial da pele, que é a epiderme (Fig. 1).
A probabilidade de desenvolver melanoma aumenta com a idade, embora a doença afete pessoas de todas as idades. Quando o melanoma se espalha, ou dissemina, podem aparecer células cancerígenas nos gânglios linfáticos vizinhos.
Estima-se que 95% dos melanomas sejam cutâneos e os restantes poderão aparecer noutras zonas do corpo que possuem tecidos pigmentados, como a retina e as mucosas (boca, nariz, área genital,.. ).
Melanócitos e Sinais
- Os melanócitos produzem melanina, pigmento que dá à pele a sua cor natural. Quando a pele é exposta ao sol, os melanócitos produzem mais pigmento, fazendo com que a pele escureça.
- Por vezes, surgem umas proeminências de grupos de melanócitos e de tecido circundante, chamados sinais. Os sinais são muito comuns. A maioria das pessoas tem 10 a 40 sinais.
- Os sinais podem ser rosados, castanhos claros ou escuros, ou de uma cor muito parecida com o tom normal da pele.
- Os sinais podem ser achatados ou volumosos, redondos ou ovais, e mais pequenos do que a borracha de um lápis; podem estar presentes desde o nascimento ou aparecer mais tarde – geralmente antes dos 40 anos. Tendem a desaparecer nas pessoas mais velhas.
Como detetar um melanoma?
O primeiro sintoma e o mais comum é a aparência de um sinal suspeito. Um sinal que já existia, e que de forma gradual foi mudando de características. Também podem ser sinais que não existiam previamente e que recentemente nos apercebemos da sua existência.
O sinal começa a espalhar-se horizontalmente pelas camadas mais superficiais da pele. Caracteriza-se, em regra, por ter uma forma assimétrica, uma coloração heterogénea (não é todo da mesma cor), bordos irregulares ou mal definidos (Fig. 2). Nesta fase de crescimento, que pode durar meses ou anos, o sinal não dói nem incomoda.
Ao longo do tempo pode também começar a crescer de forma vertical e infiltrar para além da epiderme (camada externa da pele), penetrando na derme (camada de pele que se encontra sob a epiderme e que tem vasos sanguíneos e linfáticos) (Fig 1).
É importante detetar o sinal na sua fase de crescimento superficial na pele, pois existe menor possibilidade deste se disseminar para outras partes do corpo. A etapa de crescimento vertical está associada a um pior prognóstico.
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