A Biblioteca Pública de Braga (BPB) apresenta até 07 de março a exposição bibliográfica “José Mattoso: 1933-2023”, evocando esta figura da cultura e da historiografia portuguesa contemporânea, que faleceu em julho, aos 90 anos.
A mostra inclui quase uma centena de documentos do espólio da BPB, como obras do autor, coletâneas que dirigiu, prefácios, recortes de imprensa, estudos e referências à continuidade do seu legado. A exposição está patente no átrio da BPB e tem entrada livre, todos os dias úteis, entre as 09h30 e as 17h30.
José Mattoso publicou mais de cinco centenas de livros em Portugal e no estrangeiro, além de colaborações em vários domínios, seja como medievalista, ensaísta e homem da cultura. Foi um autor decisivo na renovação metodológica da historiografia nacional, ao repensar as origens de Portugal e a sociedade medieval.
Destacam-se obras coletivas que coordenou, como “História de Portugal” (1992-93, oito volumes) e “História da Vida Privada em Portugal” (2010-11), a par do livro “Identificação de um País, ensaio sobre as origens de Portugal: 1096-1325”, entre outros.
José Mattoso foi monge durante 20 anos, doutorando-se então pela Universidade Católica de Lovaina (Bélgica). Tornou-se depois investigador no Centro de Estudos Históricos, professor das universidades de Lisboa e Nova de Lisboa, presidente do Instituto Português de Arquivos, diretor da Torre do Tombo, cocoordenador da inventariação do Património de Origem Portuguesa no Mundo, colaborador na recuperação do Arquivo Nacional de Timor-Leste e presidente do Conselho Científico das Ciências Sociais e Humanidades da FCT.
Recebeu o Prémio Pessoa, o Prémio Internacional de Genealogia Bohüs Szögyeny, o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, o Troféu Latino, o Prémio de História Medieval Alfredo Pimenta e o Prémio Ensaio do PEN Clube Português, entre outros.
CICLO DE EXPOSIÇÕES
Esta iniciativa insere-se no ciclo de exposições temporárias da BPB associado a efemérides. Já se focou temas como o 25 de Abril, o Maio de 68 ou o santuário do Bom Jesus, a par de obras ou percursos de figuras como o aventureiro Fernão Mendes Pinto, o artista Almada Negreiros, o escritor Fernando Namora, o arquiteto André Soares, além do poeta João Penha, do juiz Manuel Monteiro, do etnógrafo José Leite de Vasconcelos, do político Manuel José de Oliveira e do historiador Vitorino Magalhães Godinho, entre tantos.
“O objetivo é mostrar, de forma temática, o extenso acervo desta unidade cultural da Universidade do Minho, aproximando-a cada vez mais da comunidade em geral”, refere a academia minhota.