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FAPAS diz que Gerês corre risco de perder classificação de parque nacional

A FAPAS – Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade alertou esta quarta-feira que o Gerês arrisca perder o estatuto de parque nacional “pois está a ser continuamente degradado com uma totalmente errada lei da co-gestão das áreas protegidas”.

Em nota citada pelo JN, a organização não-governamental afirma que aguarda a revogação ou alteração da co-gestão do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), o “reposicionamento dos autarcas no seu lugar apropriado e nomeação de directores de áreas protegidas, como prometido no programa deste Governo”,

A posição da FAPAS acontece na sequência da polémica à volta da obra prevista para a Cascata do Tahiti, no PNPG, em Terras de Bouro. A obra, com início previsto para 1 de Agosto, que não se iniciou, devido à polémica.

A Câmara Municipal de Terras de Bouro decidiu avançar com a obra, tendo em conta a sinistralidade na cascata, mas a FAPAS, entre outras organizações, está contra as alterações, referindo que irá “artificializar” a área protegida.

“Segundo as montagens 3D divulgadas pela Câmara Municipal de Terras de Bouro, o que pretendem fazer é transformar um troço de paisagem natural, das mais valiosas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, num cenário completamente artificial e de características urbanas, destruir este pedaço do parque na continuação do que já foi feito em outros locais”, diz a nota.

Mais: “Se perdermos a classificação da Peneda-Gerês, não teremos outro parque nacional em Portugal, com todo o prejuízo que isso significaria para a conservação da natureza e para as economias locais que se desenvolveram muito à custa da marca ‘parque nacional’ e para a história ficarão os nomes daqueles que, em nome de um falso desenvolvimento de um lucro imediato e de um crescimento não sustentável, contribuíram para a delapidação do nosso único parque nacional.”

Ao JN, a associação lembra que que a confirmação de um território como parque nacional é feita pela Comissão Mundial de Áreas Protegidas (CMAP), da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e assenta, entre outras premissas, “na protecção da integridade ecológica de um ou mais ecossistemas para as gerações presentes e futuras”.

Ainda segundo a FAPAS, há mais pressupostos para o Gerês, como qualquer outro parque nacional, manter tal estatuto, como “excluir a exploração ou ocupação não ligadas à protecção da área e prover as bases para que todos os visitantes possam fazer uso educacional, lúdico, ou científico de uma forma compatível com a conservação da natureza e dos bens culturais existentes”.

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