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GERÊS (Albufeiras)

GERÊS (Albufeiras) -
Instalação de centrais solares nas albufeiras de Paradela e Salamonde preocupa população e ambientalistas

As barragens da Paradela, no município de Montalegre, e Salamonde, em Vieira do Minho, ambas na bacia hidrográfica do Cávado, preparam-se para acolher centrais fotovoltaicas. O processo não é pacífico, pois há quem ponha em causa a quietude do Parque Nacional da Penda-Gerês e os seus impactos no ambiente e na economia local assente em casas de alojamento local e investimentos diversos na área do turismo de natureza.

A Finerge é a empresa que pretende investir 86 milhões de euros em três projetos híbridos de energias limpas no norte de Portugal. Irá combinar torres eólicas e centrais solares flutuantes.

Quem investiu no turismo de natureza teme o impacto que pode vir a ter uma central solar na albufeira.

Em Julho terminou o prazo de consulta pública dos projetos que preveem a instalação de cerca de 44 mil painéis solares flutuantes nas albufeiras de Paradela e Salamonde, ambas no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Foram alvo de estudos de impacto ambiental e aguardam os pareceres da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

As associações de defesa do ambiente alertam para os riscos de uma exploração deste género em larga escala para a biodiversidade e a qualidade da água.

No Alqueva, a central solar fotovoltaica flutuante foi inaugurada há dois anos, com cerca de 12 mil painéis, mas para os ambientalistas não é comparável com a albufeira da Paradela.

Os dois projetos previstos para o Parque Nacional da Peneda-Gerês resultam de um despacho, assinado em 2021, pelo então secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, que determinou a abertura de um concurso, através de leilão, ganho pela empresa energética Finerge.

HIBRIDIZAÇÃO

Hibridização. O termo, já conhecido entre quem trabalha no negócio das energias renováveis, promete dinamizar novos investimentos no setor elétrico nos próximos anos.

Com uma rede elétrica limitada e a necessidade de descarbonizar o consumo de energia no país, está a crescer o recurso a projetos que otimizem essa rede, ligando num mesmo ponto distintas tecnologias, e evitando os custos acrescidos de expandir as linhas de muito alta tensão.

É nesse tipo de aproveitamento que está a apostar a Finerge, uma das maiores empresas no setor das renováveis em Portugal.

E um dos projetos híbridos que a Finerge está a desenvolver visa combinar painéis solares flutuantes na albufeira da barragem de Paradela, entre os concelhos de Vieira do Minho e Montalegre, e um pequeno na albufeira da barragem de Salamonde (Vieira do Minho), cuja central hidroelétrica é explorada pela EDP.

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