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Presidente da CCDR-Norte vê ‘grande potencial’ de desenvolvimento em Cerveira

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) considerou, esta quarta-feira, que Vila Nova de Cerveira, no distrito de Viana do Castelo, tem “um grande potencial” de desenvolvimento, nomeadamente pela aposta num centro de inovação empresarial.

“Estamos a falar de um território com grande potencial. Tem um tecido industrial forte e é um dos concelhos do país com maior exportação ‘per capita’. Situa-se no ‘cluster’ transfronteiriço do Alto Minho, onde existe uma economia florescente. E tem uma situação muito particular, de ligação à cultura e às artes [pela realização da Bienal Internacional de Arte], que pode criar uma lógica de atratividade e qualidade de vida que podem fazer a diferença”, afirmou o presidente da CCDR-N, António Cunha.

O responsável falava durante a conferência corporativa “Inovação, Sustentabilidade e Economia Circular”, organizada pelo município para impulsionar o Centro de Inovação, um projeto que conta já com quatro empresas fundadoras a desenvolver projetos de inovação e com um núcleo do Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) da Universidade do Minho, sediado em Guimarães.

António Cunha destacou ainda estar em causa um concelho com oito mil habitantes que tem como paisagem o rio Minho, apontando também o facto de Cerveira estar a fazer um “caminho que parece adequado” na criação do Centro de Inovação, que é partir da “massa crítica existente”, designadamente o PIEP.

“Fazer estruturas de inovação fora dos grandes centros e fora da ancoragem das universidades tem as suas dificuldades. Mas, um dos fatores de sucesso, é partir de polos já existentes, como Cerveira está a fazer”, afirmou.

O presidente da CCDR-N destacou que a atratividade de pessoas é “o grande desafio de Vila Nova de Cerveira e da maior parte das cidades da Europa”, assinalando que, neste processo, pesam mais fatores do que o indíce remuneratório dos trabalhadores.

Em causa estão, disse, “a qualidade de vida, fatores culturais, ambiente, ou o metabolismo social e urbano”.

“Antes, aqui estávamos no fim porque havia uma fronteira [com Espanha]. Hoje estamos no meio, porque ao lado está um país irmão”, observou.

Para o diretor-geral da COTEC Portugal, Jorge Portugal, “o futuro está mesmo em preparação em Vila Nova de Cerveira”, devido à aposta no centro de inovação e o facto de ter um “capital territorial interessante”.

“O que atrai investimento, empresas e pessoas são infraestruturas – de educação e de mobilidade. Por outro lado, a habitação, que passou a ser um problema de competitividade nacional em todos os municípios”, disse o responsável da associação empresarial para a inovação.

O “segundo fator de competitividade territorial é a ligação entre empresas e o conhecimento, através dos centros de investigação das universidades” e o terceiro é “a interação das próprias empresas”, acrescentou.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira adiantou na terça-feira à Lusa que o concelho vai ter um Centro de Inovação empresarial até ao fim do ano e um Centro de Negócios e ‘Coworking’ em 2025, num investimento superior a um milhão de euros.

“Queremos ser uma referência em investigação e desenvolvimento. Dados da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte colocam Vila Nova de Cerveira como o 15.º concelho mais exportador da região Norte, entre 86 municípios.

Queremos agora captar investimento e recursos humanos especializados”, explicou, Rui Teixeira.

Até ao fim do ano, o centro de inovação deve ocupar o espaço que lhe está destinado no edifício da antiga escola superior Galaecia, atualmente a sofrer “obras de adaptação” de cerca de 100 mil euros.

O Centro de Negócios e ‘Coworking’, que representa um investimento de um milhão de euros do município, tem conclusão prevista para maio de 2025, indicou.

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