O movimento cívico Guimarães pela Liberdade denunciou, este sábado, uma agressão de quatro pessoas a um jovem de 28 anos cidadão do Bangladesh, enquanto falava ao telemóvel, ocorrida na noite de sexta-feira na cidade, alegadamente por motivos racistas.
De acordo com um comunicado do movimento enviado à Lusa, a agressão terá ocorrido entre as 22 e as 23 horas de sexta-feira na Praça Heróis da Fundação, tendo o homem sido agredido “brutalmente (…) por quatro indivíduos, por identificar, enquanto falava ao telemóvel”.
Em imagens anexas ao comunicado enviado à Lusa, é visível um vídeo em que o cidadão, imigrante em Portugal, aparece ensanguentado, tanto na cara como nas mãos, assim como uma fotografia do jovem coberto de gaze na face, após receber tratamento hospitalar.
A Lusa recebeu também imagens do jovem no hospital de Guimarães, aguardando atendimento com pulseira amarela e destinado a cirurgia geral, identificando ainda a sua idade, 28 anos, e a hora de atendimento (00.09 horas).
Segundo o movimento cívico, a vítima estava, pelas 13h00 deste sábado, “hospitalizada e a ser transferida para o Hospital de Braga”, tendo fonte oficial do hospital bracarense confirmado que o cidadão deu entrada nas suas instalações.
Para o movimento cívico Guimarães pela Liberdade, “a agressão foi motivada, apenas e só, pela cor da sua pele e pela sua proveniência”, catalogando o episódio como “mais um crime de ódio e um continuar da escalada de violência que tem vindo a ser promovida em Guimarães pela extrema-direita e pelos grupos neonazis inconstitucionais”.
“Repugnamos e expomos estes atos e pedimos uma rápida investigação e intervenção das autoridades competentes”, conclui o movimento Guimarães pela Liberdade.
Contactado pela Lusa, um representante do movimento cívico acrescentou que o imigrante é proveniente do Bangladesh, tendo obtido essa informação junto da comunidade bengali local.
Um membro da comunidade, que também falou à Lusa sob anonimato, confirmou a agressão e acrescentou que a vítima foi acompanhada pela polícia até ao hospital de Guimarães, desconhecendo se já tinha sido apresentada queixa, mas indicando que iria dizer à vítima para o fazer.
A Lusa contactou o comando distrital da PSP de Braga para saber se foi apresentada alguma queixa ou se houve o referido acompanhamento ao hospital, mas fonte da polícia referiu, pelas 16h00, que “não há informações consolidadas” sobre o caso, remetendo eventuais esclarecimentos para segunda-feira.