Enquanto não se realiza a cerimónia de entrega do 1.º Prémio para Empreendimentos Hidráulicos, com que a Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (AORH) distinguiu o no Canal Intercetor de Esposende, a Câmara colocou uma placa naquela infraestrutura a assinalar o feito.
A conquista do prémio da candidatura do projecto ‘Sistema Interceptor e de Desvio da Área Urbana de Esposende’, por parte do município na categoria ‘Proteção e Gestão de Riscos, Cheias e Inundações Urbanas’. A entrega formal da distinção ocorre durante o 17.º Congresso da Água, a realizar entre os dias 8 e 11 de Abril, em Lagos.
O presidente da Câmara Municipal, Guilherme Emílio, fez uma visita ao canal interceptor, acompanhado pelo presidente da APRH Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, Jorge Cardoso Gonçalves, pelo presidente do júri do prémio, João Paulo Lobo Ferreira e pelo presidente do Núcleo Regional do Norte, Paulo Rosa Santos.
O autarca salientou a “mais-valia e eficiência das técnicas e estratégias empregues neste projecto, para defesa de cheias que, ciclicamente, afetavam a cidade, destruíam bens e colocavam vidas em risco. O canal trouxe segurança para as nossas populações”.
Já o presidente do júri destacou “a originalidade, mas também o papel determinante na ordenação do território e o equilíbrio na gestão dos patrimónios adquiridos”, enquanto Jorge Cardoso Gonçalves considera que “o canal resolve um problema do futuro”, enquadrando a ação com toda a problemática associada à erosão costeira e às componentes hidráulicas.
Paulo Rosa Santos lembrou que esta edição dos prémios revelou a existência de “muitos investimentos interessantes a serem realizados no norte do país”, destacando o canal interceptor esposendense pela originalidade, “capaz de passar uma mensagem forte para a sociedade”.
CANAL INTERCEPTOR
Depois de o Ministério do Ambiente ter classificado a cidade de Esposende como zona crítica, no âmbito do Plano de Gestão de Riscos de Inundação, elaborado pela Agência Portuguesa do Ambiente, o município desenvolveu o projecto que mereceu o aval de financiamento, por parte do Fundo de Coesão, ao abrigo do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR).
Com cerca de 4,5 km de extensão, o Canal Interceptor d desenvolve-se ao longo de um trajeto que liga o Oceano Atlântico ao rio Cávado, circundando, a nascente, a cidade. A sua construção arrancou em 2019 e ficou concluída em 2023, tendo a inauguração ocorrido a 18 de Março desse ano.
A elevar o grau de complexidade da obra registam-se, ao longo do seu curso, oito travessias de estradas nacionais e municipais.
Em todo o canal estão instalados sensores de monitorização do caudal que, em tempo real, permitem o recurso a bacias de retenção de água. Nas margens foram efetuadas cerca de 30 mil plantações, entre árvores, estacarias e arbustos, e foram adoptados materiais de salvaguarda do património natural, nomeadamente da vida selvagem e dos habitats.
Além da importância na proteção contra inundações, o canal interceptor afirma-se, ainda, como espaço de visitação, com percursos procurados para a prática desportiva, entroncando na Ecovia do Litoral Norte e no futuro Parque da Cidade.
