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«Há novos muros a serem erigidos», alerta Papa pela voz de Tolentino de Mendonça

O cardeal português Tolentino de Mendonça, que celebrou este domingo a missa na Basílica de São Pedro, proferiu a homília preparada pelo Papa Francisco que apela a todos os artistas para que se unam à Igreja numa “revolução” da beleza, em favor dos mais frágeis.

“Queridos artistas, vejo em vós guardiães da beleza que sabe inclinar-se sobre as feridas do mundo, que sabe escutar o grito dos pobres, dos sofredores, dos feridos, dos presos, dos perseguidos, dos refugiados. Vejo em vós guardiães das bem-aventuranças”, refere a homilia que Francisco tinha preparado para esta celebração.

O texto foi lido por D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação, na Basílica de São Pedro, que recebeu os participantes no Jubileu dos Artistas e do Mundo da Cultura.

“Vivemos num tempo em que se erguem novos muros, em que as diferenças se tornam um pretexto para a divisão em vez de serem uma oportunidade de enriquecimento recíproco. Mas vós, homens e mulheres de cultura, sois chamados a construir pontes, a criar espaços de encontro e diálogo, a iluminar as mentes e a aquecer os corações”, indicou.

O Papa, que se encontra internado desde sexta-feira, no Hospital Gemelli, devido a uma infecção respiratória, refere na sua reflexão que Jesus promove uma “revolução da perspectiva”, com o seu ensinamento, que “proclama felizes os pobres, os aflitos, os mansos, os perseguidos”.

“A arte é chamada a participar nesta revolução. O mundo precisa de artistas proféticos, de intelectuais corajosos, de criadores de cultura”, assinala a homilia.

“Deixai-vos guiar pelo Evangelho das Bem-Aventuranças e que a vossa arte seja anúncio de um mundo novo. Que a vossa poesia no-lo mostre! Nunca deixeis de procurar, interrogar, arriscar”, acrescenta a reflexão, lida em italiano por D. José Tolentino Mendonça.

O Jubileu dos Artistas e do Mundo da Cultura decorre até terça-feira, reunindo mais de dez mil participantes de mais de 100 nações dos cinco continentes, incluindo Portugal e vários países lusófonos.

O Papa Francisco pediu desculpa por não ir à missa dirigida aos artistas. Encontra-se hospitalizado para tratar a bronquite.

“Gostaria de ter estado entre vós, mas, como sabem, estou aqui no hospital Gemelli porque ainda preciso de alguns tratamentos para a minha bronquite. Obrigado pelo carinho, pelas orações e pela proximidade com que me estão a acompanhar nestes dias, e gostaria de agradecer aos médicos e profissionais de saúde deste hospital pelos seus cuidados.”

[email protected]

Com Ecclesia /Foto Gregorio Borgia/AFP

 

 

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