O concurso para as obras de requalificação do centro de saúde de Amares, que preveem a ampliação do edifício, deverá ser lançado em maio pela Câmara Municipal, de acordo com a informação avançada esta quarta-feira em reunião de executivo.
Numa reunião que não contou com o presidente da autarquia, Manuel Moreira, o vereador Pedro Costa (PS) mostrou-se “preocupado” com o facto de as obras ainda não terem começado e de o prazo ser “cada vez mais apertado”, uma vez que se trata de uma intervenção financiada pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), cujo prazo limite é junho de 2026.
“É uma obra fundamental, temos um financiamento a 100%, mas não vejo notícia de concurso público ou dos passos que estão a ser dadas. Dentro de algumas semanas, por causa da aproximação das eleições autárquicas, o presidente da Câmara já não vai poder adjudicar nada”, afirmou o vereador socialista.
A resposta foi dada pelo técnico municipal responsável pelo processo, que disse que este dossiê foi enfrentando alguns problemas na articulação com os organismos do Estado que tutelam a área da saúde, tendo o último dos quais sido uma alteração ao projeto exigida pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.
“Recentemente, tivemos uma reunião no Porto e foram feitas alterações por parte da ARS Norte, o que condicionou todo este processo”, referiu João Ferreira, sublinhando que a ampliação do edifício será feita para o lado oposto do que estava inicialmente previsto.
O técnico municipal adiantou que, atendendo ao aproximar da data limite do PRR, o concurso terá de ser lançado no próximo mês de maio. “Para executar a intervenção prevista não é necessário um ano, será uma obra para seis/sete meses”, vincou.
PRR DÁ 610 MIL EUROS
Em junho do ano passado, a Câmara de Amares anunciou que tinha assinado com a Administração Central do Sistema de Saúde o contrato de financiamento para realização das obras de requalificação da unidade de saúde de Amares, num investimento global de 610 mil euros, com comparticipação a 100% por parte do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
Segundo a autarquia, “o projeto consiste na requalificação e adaptação do edifício da USF Amares Saúde, com o intuito de dar resposta a um conjunto de desafios associados à evolução das necessidades na área da saúde e ao aumento das exigências e expetativas da população”.
A intervenção abrange “o funcionamento e potenciação dos serviços de forma a cumprir planos de contingência; a eficiência energética com o intuito da redução dos custos de exploração; a acessibilidade aos serviços, por parte de pessoas com mobilidade e a segurança e conforto de utentes e profissionais”.
O projeto prevê o alargamento da unidade funcional em três gabinetes, com a readaptação do programa funcional da unidade para a previsão de crescimento de uma equipa de família, assim como a reestruturação de diversos espaços.
Será criada uma “Sala de Amenidades” e o Cantinho da Amamentação, sendo também feita a reestruturação das áreas de secretariado clínico e sala de espera do utente e do programa funcional da unidade, para a dotação de espaços para a reabilitação motora e respiratória em ambulatório e cumprimento da carteira básica de serviços, Saúde Escolar, Saúde Materna, Preparação para o Parto, Massagem Infantil e Equipa de Cuidados Continuados Integrados
O espaço passará a estar reorganizado no sentido de prestar consultas na área da psicologia, nutrição e serviço social, além de ver criado um Gabinete de Saúde Oral, com vista à implementação das consultas de medicina dentária.
Aumento da capacidade resolutiva do ACES, com a criação de Gabinetes de Colheita/Análises Clínicas, Sala de Radiologia (Raio X), Gabinete de exames de Cardiopneumologia (espirometria, MAPA e Holtter), é outros dos objetivos no âmbito das obras.
