Opinião de Gonçalo Alves
A alimentação é determinante para a saúde física e mental, por isso considerei pertinente abordar aqui algumas questões ligadas à nutrição.
“Somos o que comemos!” é uma afirmação comum que traduz uma verdade inquestionável que deveria estar presente na nossa rotina quotidiana. Todavia, não raras vezes, esquecemo-nos desta realidade. É que somos de facto o que comemos, para o bem e para o mal, ou seja, comer bem é bom para a saúde e comer mal, é prejudicial. E quando falamos em comer bem não falamos em comer muito, bem pelo contrário! Comer bem e de forma saudável passa, inevitavelmente, por uma série de pontos importantes, que abordaremos em seguida.
Os nossos antepassados alimentavam-se essencialmente daquilo que a natureza lhes dava: animais e vegetais que ingeriam, na sua maioria, crus. Ao longo da história a cozinha veio enriquecer a alimentação, em variedade e quantidade, potenciando o surgimento de modelos de dieta cada vez mais diversificados. Mas até a cozinha pode trazer inconvenientes e tornar-se numa forma de agressão para o organismo, se não forem observados certos princípios, nomeadamente o tempo e temperatura ideal para a cozedura dos diferentes tipos de alimentos. Os legumes, por exemplo, perdem parte importante do seu valor nutricional quando excessivamente cozinhados.
Sempre que um povo ou grupo social passa a dispor de maiores rendimentos, isso reflete-se num maior investimento na alimentação. As pessoas passam a comer mais. Um erro que favorece o excesso de peso e, consequentemente, o surgimento da maior parte dos problemas de saúde que atualmente nos preocupam, como sejam as doenças cardiovasculares, diabetes e vários tipos de cancro. Comer “bem”, em vez de “mais” é imperioso para uma vida saudável. Excessos, desequilíbrios e carências serão sempre prejudiciais à saúde.
De acordo com a OMS, comer “bem” respeita as seguintes regras:
– Começar o dia com um pequeno-almoço equilibrado e saudável;
– Fazer 5 a 6 refeições por dia, evitando intervalos superiores a 3 horas;
– Comer 5 alimentos de origem vegetal por dia;
– Diversificar a alimentação;
– Consumir peixe gordo pelo menos duas vezes por semana;
– Ingerir lacticínios diariamente;
– Preferir pão de mistura ou integral;
– Moderar o consumo de sal, optando pelas ervas aromáticas e especiarias;
– Evitar doces;
– Moderar o consumo de carnes vermelhas e evitar as processadas (charcutaria e salsicharia);
– Evitar as gorduras, óleos e molhos, preferindo o azeite;
– Evitar o consumo de refrigerantes e bebidas alcoólicas;
– Beber pelo menos 1,5L de água por dia.
Sendo estas regras destinadas à população em geral, determinados grupos etários ou condições médicas específicas podem implicar outras orientações, que o seu Enfermeiro de Família poderá esclarecer.
E porque “nem só de pão vive o Homem”, é importante associar a uma boa alimentação, outros hábitos de vida saudável, como a prática regular de exercício físico, cujos benefícios refletiremos num futuro texto.
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