O PS de Terras de Bouro manifestou esta quinta-feira o seu desagrado com a suspensão das carreiras Gerês-Braga-Gerês aos domingos e feriados, considerando «verdadeiramente incompreensível» que tal tenha acontecido por decisão da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado.
Em comunicado, a Concelhia socialista, liderada por Filipe Mota Pires, refere que a suspensão vigora desde o início deste mês de Abril, afectando a população, especialmente numa «altura em que o país começa a desconfinar após longos e penosos meses» de confinamento.
O PS lembra que a gestão dos transportes públicos de passageiros e respectivas rotas e horários é da responsabilidade das CIM, «supostamente para beneficiar as populações locais e garantir este serviço público essencial», mas considera também «inaceitável que o Município de Terras de Bouro nada tenha a dizer sobre esta decisão».
«Acerca desta questão, já tivemos oportunidade de recolher o desagrado de estudantes, militares e outros munícipes que, ao domingo, têm de regressar aos locais onde estudam ou trabalham. Os próprios turistas que vêm para o concelho e que, porventura, esperam poder regressar ao domingo, ficam sem qualquer solução», refere.
O PS sublinha que fará chegar o seu desagrado por esta medida à CIM do Cávado e ao Município de Terras de Bouro.
«Não queremos nem aceitamos que se abra um precedente para os próximos meses e que, no futuro, se coloque em causa o serviço de transporte público no concelho de Terras de Bouro», remata.
Contactado pelo jornal “O Amarense”, o presidente da Câmara, Manuel Tibo, disse que a decisão foi tomada pela CIM do Cávado, «tendo em conta a pandemia e as decisões decretadas pelo Governo», nomeadamente o encerramento dos estabelecimentos e as restrições à circulação.
Assegurou que até ao momento a autarquia «não recebeu qualquer reclamação» sobre esta questão, que, lembrou, se verifica «apenas aos domingos e feriados».
«Estamos a falar de uma carreira que vai do Gerês, passa por Amares e chega a Braga, ou seja, não abrange apenas o concelho de Terras de Bouro. Houve uma suspensão devido ao panorama actual e, obviamente, não vai ser só a Câmara Municipal de Terras de Bouro a assumir a sua manutenção», apontou.
Sobre os próximos meses, Manuel Tibo adiantou que a autarquia está a trabalhar numa solução, juntamente com a CIM Cávado, os municípios de Amares e Braga e as empresas de transportes, para que as carreiras sejam repostas.
«Com a abertura das termas, previsivelmente em Maio, e o aliviar das restrições faz todo o sentido que voltemos a ter este serviço. A garantia que deixo é que a Câmara Municipal está atenta a este assunto, como sempre tem estado», frisou.
[Notícia actualizada]