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Militares respondem a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, país com presença de empresas minhotas

Depois de terem sido ouvidos vários tiros junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau, militares entraram em acção e colocaram barreiras de segurança em redor da zona para impedir a circulação de civis e veículos. Várias empresas minhotas, de diferentes ramos de actividade, têm interesses naquela ex-colónia portuguesa em África.

Desde a hora do almoço, já foram ouvidos tiros de bazuca e rajadas de metralhadora junto ao palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.

A ordem geral é para que toda a gente recolha a suas casas enquanto se ouvem tiros em Bissau. 

Ninguém entra nem ninguém sai do Palácio, onde se encontram também vários outros membros do Governo e dirigentes guineenses, escreve a ‘Deutsche Welle’.

Num vídeo com a duração de oito segundos, a circular nas redes sociais, pode ver-se o que parece ser o Palácio do Governo da Guiné-Bissau e ouvem-se tiros, imediatamente antes da interrupção da gravação.

Num perímetro de cerca de 500 metros à volta do edifício, os militares colocaram barreiras para impedir o acesso da população à zona, onde também não circulam carros.

Segundo testemunhas contactadas pela Lusa, também perto do Palácio da Justiça está uma brigada de intervenção e vários militares e elementos das forças de segurança, um sinal de golpe de Estado em curso.

Nas redes sociais, vários utilizadores partilharam vídeos onde é possível ouvir os tiros. Não há para já informações sobre feridos.

Estes incidentes na capital guineense junto ao palácio governamental decorrem dias depois de uma remodelação do executivo, decidida pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que foi contestada inicialmente pelo partido liderado pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam. Posteriormente, o líder do Governo disse que concordava com a remodelação feita.

As relações entre o chefe de Estado e do executivo têm sido marcadas nos últimos meses por um clima de tensão, agravada nos últimos meses de 2021 por causa de um avião Airbus A340, que o Governo mandou reter no aeroporto de Bissau, onde aterrou vindo da Gâmbia, com autorização presidencial.

Entre os governantes afastados na remodelação está o ex-secretário de Estado da Ordem Pública guineense Alfredo Malu, que disse que a sua saída está relacionada com a sua actuação no caso do avião retido no aeroporto de Bissau.

Nas declarações aos jornalistas, o ex-secretário de Estado sublinhou que o Presidente da República considerou que foi da sua autoria a ordem de inspecção ao aparelho por parte de uma equipa de peritos norte-americanos.

O primeiro-ministro começou por dizer que o aparelho tinha entrado no país de forma ilegal e que trazia a bordo carga suspeita, mas dias depois afirmou, perante os deputados no parlamento, que uma peritagem internacional, por si solicitada, concluiu que não se tratava disso, mas sem mais detalhes.

 

Com SIC Notícias e CNN Portugal

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