Opinião de Marco Alves
As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
Amigas dos olhos como as cousas,
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.
Algumas mal se vêem no ar lúcido.
São como uma brisa que passa e mal toca nas flores
E que só sabemos que passa
Porque qualquer cousa se aligeira em nós
E aceita tudo mais nitidamente.
Hoje, 1 junho, comemora-se o Dia Mundial da Criança. Esta efeméride assinalou-se pela primeira vez em 1950 por iniciativa das Nações Unidas, com o objetivo de chamar a atenção para os problemas que as crianças enfrentavam. Nesse mesmo dia, os Estados-Membros reconheceram que todas as crianças, independentemente da raça, cor, religião, origem social, país de origem, têm direito a afeto, amor e compreensão, alimentação adequada, cuidados médicos, educação gratuita, proteção contra todas as formas de exploração e a crescer num clima de Paz e Fraternidade.
Sem debater o tema, deixo aqui duas notícias da semana anterior para que o leitor faça uma profunda reflexão:
– “Bebé encontrado sozinho em rua de Braga já estava sinalizado e será institucionalizado.”
– “Crianças portuguesas não vivem em casas saudáveis, avisa UNICEF.”
As crianças são o futuro do nosso mundo, se educarmos desde cedo com bons pensamentos, palavras e ações, elas não necessitarão de ser penalizadas enquanto adultos.