A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) chamou esta sexta-feira atenção para o estado em que se encontram algumas ambulâncias do INEM nos bombeiros, especificando que algumas têm mais de 13 anos de serviço.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da LBP avançou que a Liga está a fazer um levantamento das ambulâncias do INEM confiadas às associações humanitárias e corpos de bombeiros como Posto de Emergência Médica (PEM).
“Fizemos um levantamento nos corpos de bombeiros e o panorama é pouco simpático e mostra a forma como os bombeiros estão a ser apoiados na área da saúde. Há 20 ou 30 concelhos deste país que estão a ser apoiados no transporte de emergência por ambulâncias neste estado”, disse António Nunes.
Segundo a LBP, o levantamento permitiu apurar que existem nos bombeiros 31 ambulâncias do INEM com mais de 13 anos e milhares de quilómetros percorridos no socorro pré-hospitalar.
A LBP sustenta que o levantamento que a Liga vai continuar a fazer permite “desde já concluir sobre a urgência de substituir, no imediato, as 31 ambulâncias com 13 anos e, de seguida, mais sete com 10 anos”.
António Nunes realçou que a maioria destes casos acontece nas corporações do interior do país, o que cria “uma certa descoesão social”.
“É evidente que a maioria destes casos são ambulâncias que estão nos concelhos mais desfavorecidos. São ambulâncias em que as alternativas são muito escassas, são corporações que apenas têm mais duas ou três ambulâncias e estas ambulâncias do INEM são aqueles que saem todos dias, por exemplo para os acidentes rodoviários”, afirmou.
FISCALIZAÇÃO
O presidente da LBP considerou que “não faz qualquer sentido manter este parque automóvel” com estes anos e quilómetros, sublinhando que se trata de uma “falta de gestão” por parte do Instituto Nacional de Emergência Médica porque estão manter veículos com elevados custos de manutenção.
António Nunes criticou o ‘timing’ e manifestou-se indignado com o facto de o INEM ter escolhido esta semana, numa altura em que o país estava em situação de alerta devido aos incêndios florestais, para fazer a fiscalização habitual às ambulâncias nas corporações dos bombeiros.
Esta fiscalização é aleatória e, por vezes não acontece todos anos, pelo que o presidente da Liga considerou que podia ser feita em Setembro, uma vez que muitos dos primeiros e segundos comandantes não estava esta semana nos quartéis para responder e dar explicações sobre as ambulâncias em causa.