O historiador António Borges Coelho é o vencedor da primeira edição do Prémio Rodrigues Sampaio, instituído pela Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto e patrocinado pela Câmara Municipal de Esposende, destinado a «distinguir personalidades que, pelo seu trabalho nas áreas da cultura e da comunicação social, contribuam para uma sociedade mais inclusiva e mais crítica». A cerimónia de entrega do prémio decorrerá em Esposende, em data a anunciar.
O Prémio Rodrigues Sampaio foi instituído nos anos cinquenta do século XX pela Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (da qual António Rodrigues Sampaio é patrono), com o apoio da Fundação Gulbenkian, tendo sido suspenso na década de oitenta, por falta de apoio.
Assinalando-se, este ano, os 140 anos da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto e os 140 anos da morte de António Rodrigues Sampaio, o Município de Esposende entendeu ser a oportunidade e o momento de se associar a este prémio, que passa a ocorrer com periocidade bienal e o valor monetário de 7.500 euros, com o patrocínio da Câmara Municipal de Esposende.
O júri desta nova edição do prémio foi constituído pelo Presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, e por Francisco Duarte Mangas, Presidente da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto bem como por representantes da sociedade civil, nomeadamente, José Manuel Mendes, escritor e Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, Inês Cardoso, Diretora do Jornal de Notícias e Valdemar Cruz, jornalista do Expresso.
Apresentadas, por cada um dos membros do júri, as propostas das personalidades a considerar, o júri decidiu, por unanimidade, que o vencedor da primeira edição do Prémio Rodrigues Sampaio, neste ano de 2022, é o historiador António Borges Coelho. A ata da reunião do júri refere a decisão por se tratar de uma «personalidade ímpar da cultura e da cidadania, autor de inovadora e vasta obra no domínio da História, mas também poeta luminoso, exemplo de homem de coragem – mesmo nos tempos da dura repressão fascista, jamais traiu a luta por um Portugal de liberdade livre. Preso, perseguido, ou forçado a mergulhar na clandestinidade, sempre inventou tempo para a bondade e para avivar a voz dos silenciados».