O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse esta terça-feira ter sido “desrespeitado” por um munícipe que “convidou” a sair da sala da reunião camarária quando decorria o período aberto às intervenções do público.
“Há um interlocutor que vem há três reuniões de Câmara e que não tem capacidade de ouvir, nem o presidente de Câmara, que é a entidade máxima. Vem à casa de todos nós, está num órgão a participar e não tem a capacidade de respeitar quem preside ao órgão. Não posso fazer mais nada. Não me peçam mais”, afirmou Luís Nobre, citado pela Lusa.
O autarca socialista, que falava aos jornalistas no final da reunião ordinária da autarquia, adiantou ter ouvido a interpelação do munícipe durante 10 minutos e quando tentou responder-lhe, “o cidadão não deixou”.
“Maltratou-me”, disse o autarca, classificando a atitude como uma “falta de respeito”.
O caso envolveu um empresário do sector do mobiliário que se queixa do “impasse” de “um ano” no licenciamento de um pavilhão industrial, que aguarda a conclusão de um estudo urbanístico da área envolvente ao acesso norte à cidade e frente atlântica, previsto há mais de 30 anos.
O munícipe leu um texto, que antes da intervenção distribuiu ao executivo municipal, onde reitera estar “atormentado e apreensivo” quanto à indefinição do estudo.
Quando se preparava para responder ao empresário, depois de ter ouvido os vários munícipes que também interpelaram o autarca, este interrompeu por diversas vezes a intervenção de Luís Nobre.
Exaltado, o presidente da Câmara acusou-o de lhe estar a faltar ao respeito e convidou-o a abandonar a sala, o que veio a acontecer.
Questionado pelos jornalistas, Luís Nobre adiantou ainda que a ampliação do centro municipal de protecção civil, um investimento de mais de 880 mil euros, vai estar concluída e ao “serviço da protecção dos vianenses” durante o primeiro trimestre de 2023.
O projeto de ampliação do actual quartel dos Sapadores Municipais prevê “um centro de operações tecnologicamente mais avançado do que o actual, uma sala de operações para reuniões de controlo e coordenação operacional, espaço para alojamento de chefias operacionais, sala de reuniões e auditório, uma sala polivalente para apoio de emergência e núcleo museológico que reunirá peças dos Bombeiros Sapadores e Voluntários” da cidade.
O novo edifício está a ser construído em terrenos situados junto ao quartel dos Bombeiros Sapadores de Viana do Castelo, sendo que a construção foi candidatada ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).