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OPINIÃO -
A educação na proteção do lobo ibérico

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Opinião de Sara Silva

 

A 13 de agosto de 1988, declarou-se o lobo ibérico como uma das espécies protegidas por lei em Portugal e em 2005 declarou-se como uma espécie Em Perigo pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. No entanto, assiste-se, até aos dias de hoje, mesmo com a distância de três décadas, a notícias que reclamam da perseguição e morte destes lobos, em ambiente natural.

O lobo ibérico, predador de topo, tem sofrido na pele a perseguição humana ao longo de vários anos, sobre o qual constata-se tentativas de abate com tiros, envenenamentos e armadilhas. Além disto, o risco de extinção resulta da união de vários outros fatores, tais como a deterioração do habitat com a construção de infraestruturas, a competição com cães vadios e assilvestrados e a diminuição, em certas épocas, das suas presas silvestres.

Reconhece-se com facilidade os prejuízos dos lobos nas aldeias, principalmente nos ataques aos rebanhos, mas nem sempre são reconhecidos os benefícios da presença destes. Na verdade, o lobo permite o controlo de várias pragas. A título de exemplo, hoje não existe evidência da existência deste na zona do Alentejo e, como tal, assiste-se a notícias da proliferação preocupante da praga de javalis nesta zona, que tem causado prejuízos avultados.

Como tal, o caminho na proteção deste animal deve iniciar-se na educação, nos primeiros anos de vida, para que as novas gerações compreendam a beleza e importância desta espécie no meio ambiente. Na Escola Básica de Gualtar, a turma 5ºA desenvolveu o projeto intitulado Um uivo pela sobrevivência. Num primeiro momento, evidenciou-se que os alunos tinham conhecimentos superficiais sobre este animal, revelando a urgência e necessidade do alargamento deste projeto a outras turmas e outras escolas. Iniciou-se, então, um trabalho de pesquisa. No âmbito da disciplina de Português, procedeu-se a leitura de textos informativos, assim como a leitura da obra literária Quem tem medo do lobo minoritário? (Saldanha, 2012, pp. 33-43), que desmitifica a imagem do Lobo Mau dos Clássicos da Literatura Infantojuvenil, apresentando-nos um Lobo Mau mais próximo do lobo real, que tem medo dos humanos. A turma teve, ainda, a oportunidade de ter contacto com biólogos que cuidam desta espécie, presentes no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico. Por fim, o grupo turma construiu uma exposição, presente na biblioteca da escola, que dá a conhecer ao público vários aspetos relacionados com o lobo ibérico. Esta exposição tem como objetivo sensibilizar para a importância da conservação de uma espécie emblemática da fauna portuguesa cujas populações se encontram ameaçadas.

 Por fim, reitera-se a ideia de que uma das soluções para a proteção do lobo ibérico deve passar, obrigatoriamente, pela educação, pois as aprendizagens permitem que os alunos compreendam a importância de respeitar e preservar esta espécie, reconhecendo as várias formas possíveis de auxílio na proteção, mesmo quando os alunos moram no centro de uma cidade.

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