A relevância da empatia na atualidade

Opinião de Manuel Sousa Pereira.

Numa sociedade marcada, na sua generalidade, pelo individualismo, pelo imediatismo, pela instantaneidade, pelos discursos polarizados, pelas crescentes desigualdades económicas, culturais e políticas que demonstram, na maior parte das vezes, uma ausência de valores humanos, no respeito pelas diferenças, onde o aspeto mais importante tem sido a intolerância, a incompreensão e a falta de empatia pelo outro.

Podemos definir empatia como a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, compreendendo as suas emoções, pensamentos, ideias e perspetivas, mesmo que não tenha vivido essa experiência. É também uma conexão emocional e intelectual que nos permite compreender, sentir o que o outro sente e conectar-se no seu ponto de vista e sentimento.

Sendo uma habilidade emocional, tem implicações sociais profundas, na aceitação do outro, sem julgamento, sem preconceitos, aceitando de forma legítima, estando disponível para ouvir, escutar, sem critica ou exclusão que apenas promove barreiras, obstáculos e dificuldades na construção de uma sociedade justa e equilibrada.

Nesta perspetiva, é fundamental promover uma educação para a diferença, através de práticas pedagógicas baseadas no diálogo, na mediação de conflitos, na aceitação da diversidade, na melhoria da convivência, na formação de uma liderança mais consciente e integradora das diferenças, procurando uma educação dos afetos, da solidariedade e da cidadania.

É necessário incentivar a escuta, a sensibilidade ao nível das políticas públicas, reconhecendo as necessidades reais das pessoas, com programas sociais orientados para os mais vulneráveis, respeitando a história de cada um, o seu passado e contribuindo para melhorar o seu futuro.

Como principais desafios futuros torna-se fundamental reconhecer os obstáculos, como o egoísmo social, a cultura do medo, falta de diálogo e de compreensão, bem como, o incentivo ao voluntariado, ao altruísmo, à valorização da diversidade, utilizando as redes sociais e os media como uma das ferramentas importantes na promoção real da empatia. Incentivar o diálogo de uma forma efetiva, a partilhando conhecimentos, uma convivência, interação, colaboração, entreajuda, comunicação e a conexão, bem como, o reconhecimento da fragilidade humana, lutar também pelo lugar do outro, de forma ética e responsável, procurando a justiça, a equidade num mundo que se pretende que seja, no futuro, melhor do que o encontramos hoje.

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