De há uns tempos para cá, quiçá ao abrigo dos ventos do progresso, parece ter virado uma moda abater árvores indiscriminadamente.
Basta que uma intervenção num espaço público esteja para acontecer, tememos logo que se comece a riscar a régua e esquadro algumas árvores frondosas que levaram décadas a ganhar corpo.
Recentemente, a Câmara Municipal de Amares – a meu ver numa decisão claramente precipitada – decidiu abater uns cedros no estádio de futebol do concelho, com o argumento que um cabo elétrico passava no meio e estavam a acontecer demasiadas avarias. Ou seja, curou-se o mal, com doença maior!
Entretanto, em breve iniciarão as obras na Praça do Comércio e, no meio das muitas alterações ao que inicialmente foi “desenhado”, espero que as árvores que aí habitam desde a última requalificação, não sejam, também elas, sacrificadas só porque ao lápis do desenhador “parece melhor assim”.
À Câmara Municipal de Amares deixo o exemplo de um Município exemplar neste capitulo. Em Lisboa, devido à requalificação da Praça de Espanha – que vai receber dezenas de novas espécies arbóreas -, as árvores que aí existiam foram recentemente transplantadas para outros pontos da cidade. Um investimento perfeitamente justificado e que revela uma visão estratégica rara de ver!
Mas Amares nem tem os piores exemplos, apesar de tudo.
Na verdade, nos últimos meses – ao que se sabe por indicação da Infraestruturas de Portugal – os concelhos da região viram ser abatidas, incompreensivelmente e sem aviso, dezenas de árvores saudáveis nas bermas das estradas nacionais. Num concelho vizinho, durante vários dias consecutivos, vi dezenas delas serem arrancadas por gruas e transformadas em lenha.
No concelho de Amares, também lamentamos a perda das árvores em frente ao centro escolar da freguesia de Lago, que durante décadas forneceram resfrescantes sombras, tanto às crianças como àqueles que aguardam a passagem do autocarro na paragem. Até hoje ninguém explicou o que aconteceu, ou porque foram abatidas árvores saudáveis e o que plantarão neste lugar – se é que o vão fazer –, agora despido do verde que nos habituamos a ver.
À Estradas de Portugal deixo uma pergunta que me intriga: Porquê abater árvores com tanta determinação e ligeireza, quando as bermas das estradas passam os meses de verão cheias de vegetação nociva, que coloca em risco a segurança das pessoas? Não consigo compreender!
Caro leitor, aproveito para lhe desejar ótimas férias.