Artigo de João Ferreira
Está ainda fresco nas nossas memórias o acordar do vulcão na ilha de La Palma nas Canárias (22/09/2021). Ainda neste dia o vulcão Etna em Itália também entra em erupção e cinco dias mais tarde um Sismo de 5.8 na escala de Richter na ilha de Creta na Grécia (27/09/2021). O mês passado fez com que nos relembrássemos que o Planeta também tem vida sob os nossos “pés”.
Por cá teríamos que recuar a 27, curiosamente no mês de setembro de 1957, para registos de actividade vulcânica e a 1 de novembro de 1755 para registos de actividade sísmica e vulcânica de relevo.
Nos dias de hoje estão em atividade na Europa três vulcões, na Islândia o Fagradalsfjall, em Itália na ilha da Sicília o Etna e em Espanha no arquipélago das Canárias o Cumbre Vieja.
Para esclarecer alguns conceitos, os eventos sísmicos devem-se ao movimento de placas tectónicas devido às falhas existentes e/ou actividade sísmica. São medidos através de duas escalas, a Escala de Mercalli Modificada (I a XII) caracterizada pela observação dos danos produzidos, e a Escala de Richter (1 a 9 mas que pode ser ilimitada) – esta mede a magnitude do sismo (energia libertada). O ponto na superfície mais próximo verticalmente do foco chama-se Epicentro. Quando esta actividade ocorre no oceano pode provocar um Tsunami/Maremoto (ondas gigantes que podem atingir mais de 800 km/h).
Voltemos à “História”. Na ilha do Faial (Açores), decorria a manhã de 27 de Setembro quando junto ao mar a água começou a borbulhar e a libertar gases durante cerca de 7 meses (actividade marítima). Em maio de 1958 a terra tremeu mais de 400 vezes. Nessa altura, a chaminé mudou-se para terra e começou a libertar lava. A erupção mais cerca de 5 meses (um total de cerca de 13 meses), aumentou a ilha em cerca de 2,4 km² e provocou uma das maiores emigrações da ilha. Ainda hoje o arquipélago mantém grande actividade sísmica, não havendo porém registos de relevo.
Recuando um pouco mais, com um dos maiores eventos no início da Europa Moderna, um dos maiores e potenciais sismos no continente europeu, destruindo uma das capitais mais ricas na altura. Falo do sismo de 1755, que não só atingiu Lisboa mas o restante litoral a sul e costa algarvia.
Estima-se que tenha tido uma magnitude entre 8 e 9 na escala de Richter e que tenham morrido entre as 10 a 40 mil pessoas. Uma Catástrofe “perfeita”, um evento com “efeito dominó” muito semelhante a Fukushima (2011), em Lisboa foi o sismo, o tsunami e os incêndios. Um evento que partilharei de forma mais aprofundada no futuro.
Pode consultar a actividade sísmica através do IPMA através do departamento de geofísica/sismicidade.
O que fazer em caso de sismo? Três passos simples, que o programa A TERRA TREME promovido anualmente pela ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil) sensibiliza: BAIXAR, PROTEGER E AGUARDAR. Abrigue-se no vão de uma porta interior, nos cantos das salas ou debaixo de uma mesa ou cama, afaste-se de objectos que o possam magoar como vidros, candeeiros, não se precipite. Se estiver na rua dirija-se para um local aberto, afaste-se de locais com possíveis quedas de estruturas. Se estiver junto à costa e houver alerta de Tsunami, dirija-se para os pontos mais altos.
Participe na campanha A TERRA TREME, informe-se.