O Santuário de Nossa Senhora da Abadia, no alto de Bouro Santa Maria, em Amares, inaugurou este domingo as obras recentemente concluídas nos espaços exteriores e no interior da igreja, que permitiram também a criação de uma loja de turismo e o restauro do órgão de tubos.
“A Abadia é hoje a sala de visitas do concelho de Amares”, salientou o presidente da confraria, Carlos Portela, no discurso realizado durante a cerimónia, que foi presidida pelo ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, e contou com a bênção do arcebispo de Braga, D. José Cordeiro.
Segundo Carlos Portela, o investimento de 1,4 milhões, concretizado através de vários projetos e com comparticipação de fundos comunitários, permitiu “recuperar as origens e o esplendor de outrora” naquele santuário, que é “lugar de fé, paz e beleza”, sendo anualmente visitado por “muitos milhares de peregrinos e turistas”.
A cargo da Signinum, a intervenção permitiu, entre outros trabalhos, reabilitar o largo exterior do santuário, criar uma nova loja de turismo, restaurar a fechada exterior da igreja e proceder a várias obras no interior, nomeadamente a reabilitação do órgão de tubos e do varandim do órgão, a criação de um novo estrado para o padre e a recolocação da grade do arco triunfal.
“A Mesa Administrativa que lidero sente profundo orgulho pelo trabalho realizado. Trata-se de um investimento sem precedentes na história deste santuário”, salientou Carlos Portela. O presidente da confraria não deixou também de vincar a importância da obra de reabilitação dos muros de suporte da estrada da Abadia, que deverá começar em breve, para ser possível melhorar o acesso rodoviário àquele espaço.
BOM EXEMPLO
Para o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte, António Cunha, este é um “exemplo da boa aplicação de fundos europeus”, num “santuário muito singular” e “integrado com a natureza”. “É um santuário onde sentimos muito a força da expressão genuinidade”, vincou.
Na mesma linha, o presidente da ATAHCA, José da Mota Alves, destacou a reabilitação do órgão de tubos, que “passados mais de 45 anos” voltou a fazer-se ouvir, considerando que as intervenções realizadas “valorizam” o santuário no seu todo.
“A Abadia é um dos locais mais importantes de peregrinação da região norte, que se diferencia pela singularidade. É importante que quem visita a Abadia fique com vontade de regressar e de aconselhar outros a fazê-lo”, salientou Mota Alves.
IMPORTÂNCIA DA COOPERAÇÃO
Já depois de o presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, ter manifestado “enorme orgulho” pelo resultado final das obras, “num dos locais mais emblemáticos do concelho e da região”, o ministro José Manuel Fernandes enfatizou a importância da cooperação entre as várias entidades para o resultado final obtido.
“Houve um trabalho incansável da confraria, desde logo em termos de sinergias. Estamos a falar de algo que se pode resumir numa frase popular: quando remamos todos para o mesmo lado, o barco avança”, disse o governante, salientando o papel da autarquia, da ATAHCA, da CCDR-N e da Igreja.
Palavras como “cooperação, sinergias, partilha e solidariedade estão bem presentes em toda esta obra”, segundo José Manuel Fernandes, para quem esta articulação é “fundamental” para “ter desenvolvimento” e ser possível “valorizar espaços de culto, de memória e de fé”. “Aproveitar o património é cultura”, vincou o ministro.
A inauguração realizada este domingo abriu com uma atuação da Banda Filarmónica de Santa Maria de Bouro e integrou ainda um recital de órgão com a solista Raquel Fernandes, da Academia de Música de Vila Verde, e a atuação do Grupo Coral do Santuário da Abadia.
O santuário da Senhora da Abadia foi construído entre os séculos VII e VIII, sendo considerado o santuário mariano mais antigo de Portugal.