OPINIÃO -

OPINIÃO - -
Amares e o Turismo: Uma oportunidade a perder-se!

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

No âmbito da discussão do Orçamento 2020, na última reunião de Câmara ouvi da boca dos responsáveis do executivo, pela “enésima” vez, que o turismo é uma grande aposta em Amares. Discordei, expliquei e, não creio que tenha sido ouvido. Preocupa-me que continuemos a apregoar uma “verdade de vidro”, que não nos leva no sentido de crescermos nalgumas das poucas atividades económicas que nos podem pôr no mapa de Portugal.

Continuamos a apregoar que o alojamento local tem temporadas esgotadas, que os nossos restaurantes faturam e isso é verdade, mas sabemos que este é um “castelo de areia”. Todos nós sabemos que uma coisa é o copo cheio, outra bem diferente é a garrafa vazia!

Em primeiro lugar, está bom de ver que este sucesso das nossas unidades de alojamento e dos restaurantes se deve a um grande esforço empresarial e muita mestria para subsistir num contexto muito competitivo. Convenhamos que, trabalhar em Amares estas atividades económicas relacionadas com o turismo é tremendamente difícil e num contexto de clara desvantagem para outros concelhos vizinhos.

Em segundo lugar, fruto destas dificuldades, não podemos esconder que não temos uma quantidade de oferta comparável com outros concelhos, logo o facto evidente é que o mercado vai beneficiando de uma boa oferta em Amares, mas escassa.

Outro facto que destroça esta teoria da aposta estratégica vai para o facto de Portugal ser hoje um destino turístico que está na moda. Uma situação conjuntural que, por exemplo, leva milhares de turistas, todos os dias às vizinhas cidades de Braga e Guimarães. Destes, poucos ou nenhuns se veem por Amares, pois pensam que não há nada cá que mereça ser visto.

O problema está na base. Os orçamentos da Câmara denunciam isso mesmo, pois não considero os muitos milhares de euros gastos em eventos internos, uma aposta na promoção turística de Amares. E não são umas aparições televisivas e uns outdoors que vão mudar esta realidade.

O que tem investido o nosso orçamento municipal numa efetiva estratégia para a promoção do território de Amares enquanto destino?

É um grande “zero” na recuperação das margens dos nossos belíssimos rios, acompanhada por um adiar permanente de intervenções estratégicas em património como o Monte de S. Pedro de Fins, Solar de Vasconcelos, Ponte do Porto, Monte da Santinha, entre outros. Um grande “zero” de investimento na recuperação de vias e estradas, que deem bons acessos às nossas terras, acompanhado pela grande incompetência na manutenção e limpeza dos espaços públicos, nada convidativos, principalmente nos feriados e fins de semana. Já para não falar dos ex-libris a definhar, como a laranja de Amares e a estância termal, com os responsáveis políticos mais uma vez a anestesiar o problema com “festivais”.

Não há comunicação, integração e vias abertas com a oferta da região Norte. Não há estratégia com os “vizinhos”. O site da Câmara é um exemplo desta ausência de tudo.

Quase tudo o que de bom existe tem cunho da iniciativa privada. No património, o Mosteiro de Rendufe parece estar para sair do abandono, com investimento do Estado, mas tem uma associação que “teima” em defender a sua recuperação. A Abadia – destino de excelência – beneficia de uma Confraria dinâmica e com visão estratégica. A nossa boa gastronomia promove-se por si própria, pois a Câmara “estacionou” no Festival das Papas de Sarrabulho vai para largos anos, assim como os nossos produtores de vinho há muito vão dando o exemplo de como se faz para vencer fora de portas.

Pede-se mais a quem governa o nosso território. É lá fora que estão aqueles que queremos que tragam riqueza, para que Amares se desenvolva.

Não trazem votos, mas transportam uma oportunidade que está a passar-nos ao lado!

Share on facebook
Partilhe este artigo no Facebook
Share on twitter
Twitter
COMENTÁRIOS
OUTRAS NOTÍCIAS