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OPINIÃO -

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Amares e o Turismo: Uma oportunidade a perder-se!

No âmbito da discussão do Orçamento 2020, na última reunião de Câmara ouvi da boca dos responsáveis do executivo, pela “enésima” vez, que o turismo é uma grande aposta em Amares. Discordei, expliquei e, não creio que tenha sido ouvido. Preocupa-me que continuemos a apregoar uma “verdade de vidro”, que não nos leva no sentido de crescermos nalgumas das poucas atividades económicas que nos podem pôr no mapa de Portugal.

Continuamos a apregoar que o alojamento local tem temporadas esgotadas, que os nossos restaurantes faturam e isso é verdade, mas sabemos que este é um “castelo de areia”. Todos nós sabemos que uma coisa é o copo cheio, outra bem diferente é a garrafa vazia!

Em primeiro lugar, está bom de ver que este sucesso das nossas unidades de alojamento e dos restaurantes se deve a um grande esforço empresarial e muita mestria para subsistir num contexto muito competitivo. Convenhamos que, trabalhar em Amares estas atividades económicas relacionadas com o turismo é tremendamente difícil e num contexto de clara desvantagem para outros concelhos vizinhos.

Em segundo lugar, fruto destas dificuldades, não podemos esconder que não temos uma quantidade de oferta comparável com outros concelhos, logo o facto evidente é que o mercado vai beneficiando de uma boa oferta em Amares, mas escassa.

Outro facto que destroça esta teoria da aposta estratégica vai para o facto de Portugal ser hoje um destino turístico que está na moda. Uma situação conjuntural que, por exemplo, leva milhares de turistas, todos os dias às vizinhas cidades de Braga e Guimarães. Destes, poucos ou nenhuns se veem por Amares, pois pensam que não há nada cá que mereça ser visto.

O problema está na base. Os orçamentos da Câmara denunciam isso mesmo, pois não considero os muitos milhares de euros gastos em eventos internos, uma aposta na promoção turística de Amares. E não são umas aparições televisivas e uns outdoors que vão mudar esta realidade.

O que tem investido o nosso orçamento municipal numa efetiva estratégia para a promoção do território de Amares enquanto destino?

É um grande “zero” na recuperação das margens dos nossos belíssimos rios, acompanhada por um adiar permanente de intervenções estratégicas em património como o Monte de S. Pedro de Fins, Solar de Vasconcelos, Ponte do Porto, Monte da Santinha, entre outros. Um grande “zero” de investimento na recuperação de vias e estradas, que deem bons acessos às nossas terras, acompanhado pela grande incompetência na manutenção e limpeza dos espaços públicos, nada convidativos, principalmente nos feriados e fins de semana. Já para não falar dos ex-libris a definhar, como a laranja de Amares e a estância termal, com os responsáveis políticos mais uma vez a anestesiar o problema com “festivais”.

Não há comunicação, integração e vias abertas com a oferta da região Norte. Não há estratégia com os “vizinhos”. O site da Câmara é um exemplo desta ausência de tudo.

Quase tudo o que de bom existe tem cunho da iniciativa privada. No património, o Mosteiro de Rendufe parece estar para sair do abandono, com investimento do Estado, mas tem uma associação que “teima” em defender a sua recuperação. A Abadia – destino de excelência – beneficia de uma Confraria dinâmica e com visão estratégica. A nossa boa gastronomia promove-se por si própria, pois a Câmara “estacionou” no Festival das Papas de Sarrabulho vai para largos anos, assim como os nossos produtores de vinho há muito vão dando o exemplo de como se faz para vencer fora de portas.

Pede-se mais a quem governa o nosso território. É lá fora que estão aqueles que queremos que tragam riqueza, para que Amares se desenvolva.

Não trazem votos, mas transportam uma oportunidade que está a passar-nos ao lado!

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