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Amigos de Santiago acusa entidade pública de propagar erro no Caminho Português da Costa por “interesse turístico” da Galiza

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A Associação dos Amigos dos Caminhos Santiago de Viana do Castelo acusou a entidade pública galega que gere o Caminho de Santiago de promover um percurso do Caminho Português da Costa pela vila de A Guarda, Galiza, que não “tem fundamento histórico” e visa “apenas interesses turísticos”.

 “A Xacobeo SA, entidade espanhola que gere o Caminho de Santiago pela Costa, está a indicar que o percurso entra na Galiza pela vila de A Guarda, após atravessar o rio Minho através do ‘ferryboat’ em Caminha”, afirmou esta quinta-feira o presidente Alberto Barbosa citado pela Lusa

“Do lado espanhol não pensam o Caminho de Santiago na globalidade, como um caminho europeu, mas só pensam no seu território. Para Espanha, ele termina em Caminha. Isso não é correcto. Essa rota não tem fundamento histórico e tem apenas interesses turísticos”, apontou Alberto Barbosa.

Alberto Barbosa adiantou ainda que no lado português “também numa página oficial de promoção do Caminho Português da Costa é apontado percurso pela orla marítima, a partir do Porto, passando pelos actuais concelhos de Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença”.

ERRO

“Não conheço nenhum outro ponto do caminho em que aconteça esta ambiguidade. Ou é um lado, ou é por outro. O importante é definir o que é o Caminho Português da Costa e o que poderá ser uma variante”, sustentou.

Segundo Alberto Barbosa, “através de A Guarda o peregrino leva mais um dia para chegar a Santiago de Compostela” e está “a retirar da rota definida como Caminho Português da Costa cerca de 70% dos peregrinos”.

“Como Espanha indica aquele percurso, os responsáveis internacionais pela elaboração dos guias turísticos indicam que na Galiza o caminho começa em A Guarda, aumentou um erro”, sustentou.

A sinalização do Caminho Português da Costa foi iniciada há 20 anos pela associação que considera “não ter lógica” a “ambiguidade” existente.

“Não nos importa o facto de existir essa variante, não lhe podem é chamar Caminho Português da Costa. A correcção desse erro traria maior rigor ao percurso. Não fica bem à Xacobeo SA estar a fazer a promoção de um caminho que não tem fundamento histórico”.

Alberto Barbosa acrescentou que “não é só a associação que se sente defraudada, mas todos os peregrinos que percorrem o caminho por Valença e, inclusivamente, muitos espanhóis que têm conhecimento que a etapa de A Guarda é uma invenção”.

“O que a associação pretende é que o Xacobeo SA valide como Caminho Português da Costa o percurso por Valença e que chame à etapa de A Guarda uma variante, porque assim é que está correcto”, exortou.

A associação começou há 20 anos de sinalização dos 90 quilómetros do percurso secular desde Castelo de Neiva, em Viana do Castelo, até Valença, na fronteira com a Galiza, para que os milhares de peregrinos alcançassem a catedral de Santiago de Compostela.

“Um trabalho de rigor histórico, com apoio de pessoas especializadas que identificaram o percurso histórico e o que melhor serviria o peregrino, afastando-os das estradas nacionais e de outros perigos, indicando pontos de água e locais de alojamento, entre outros”.

Actualmente existem três caminhos principais: o caminho central português, caminho português da Costa e Caminho do Interior.

A Xacobeo SA é uma entidade pública, sob a tutela da Agência Galega de Turismo, que gere os serviços comuns da rede pública de albergues e do resto do seu património social, as relações com o Associações de Amigos do Caminho de Santiago de Compostela bem como o planeamento, programação, e execução das acções de promoção e organização dos actos que se desenvolvem por ocasião dos Santos Anos Jacobinos.

 

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