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As despedidas, a dívida e o passado. Assim foi a última reunião de Câmara em Amares

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A reunião de Câmara de Amares desta segunda-feira, a última deste mandato, começou com palavras simpáticas e de despedida, mas depois prolongou-se por uma hora e meia, muitas vezes com um tom mais inflamado e em revisitação do passado.

A abrir, ninguém quis perder a oportunidade de se despedir e, entre o executivo em permanência e os dois vereadores da oposição, trocaram-se palavras de apreço, numa espécie de balanço pelos quatro anos de trabalho realizado.

O que parecia ser mais uma reunião morna, quase só com pontos formais para aprovar, alterou-se já dentro da ordem de trabalhos, quando em cima da mesa estavam duas propostas para o pagamento de “trabalhos a mais” na execução da conduta adutora ao reservatório da Senhora da Paz e na requalificação da estrada entre Vilela e Seramil.

O vereador do PS, Pedro Costa, disse «ser preocupante a grande quantidade» de obras da autarquia com “trabalhos a mais” de «elevado montante», que chegam a «representar 20 ou 25% do orçamento» total, «o que não é aceitável».

Moreira respondeu dizendo que «há sempre imponderáveis e imprevistos», mas a discussão já estava lançada e mais ficou quando o vice-presidente, Isidro Araújo, sublinhou que a autarquia tinha reduzido a dívida «ao mesmo tempo que fazia obra».

«Em 2013, o Município devia 12 milhões de euros. Em 2017, passou para 7,5 milhões. Hoje, em 2021, a dívida da Câmara de Amares é de 3,9 milhões de euros. Isto é uma realidade que tem de ser considerada, porque faz-se obra e paga-se a dívida», apontou.

A declaração deu então origem a uma longuíssima troca de argumentos, com Pedro Costa a considerar a afirmação de Isidro Araújo «muito discutível» e a criticar a «quantidade absurda de concursos lançados em ano de eleições».

«Em 2013, a dívida estaria perto dos 12 milhões, mas aí não se contabilizavam os subsídios às instituições. Em 2017, foi anunciada uma redução drástica da dívida porque já não contabilizava esses subsídios», apontou.

E já que se falava do passado foi tempo para Manuel Moreira voltar a lamentar os «ataques de carácter» que o visaram, com «cartas anónimas e chamadas constantes à Polícia Judiciária».

«Houve alguns cobardes que fizeram uma campanha vergonhosa, de uma baixeza terrível, de constantes denúncias anónimas. É uma escumalha que não dá a cara e que não presta. Isto revolta-me. Podem discordar das minhas opções políticas, mas nunca fazer ataques pessoais e pôr em causa a minha honestidade», frisou.

Depois, já com os ímpetos mais contidos, lá se cumpriu a extensa ordem de trabalhos. No final, voltaram as palavras de despedida, de apreço e saudação. Até um “boa campanha” se ouviu…

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