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Assembleia Municipal de Amares aprova Relatório e Contas com os votos contra da oposição

A Assembleia Municipal de Amares aprovou esta sexta-feira, com oito votos contra do PS e do MAIS, os documentos de prestação de contas da Câmara Municipal referentes ao ano de 2019. Executivo e oposição mostraram visões muito diferentes.

Enaltecendo as taxas de execução acima dos 80%, o presidente da autarquia, Manuel Moreira, disse que os documentos «mostram a ambição e a saúde financeira do Município», sublinhando a existência de «investimentos muito importantes» como a requalificação da EB 2,3, a expansão da rede de saneamento e o arranjo da Praça do Comércio.

«Não há nenhum descalabro financeiro iminente, ao contrário do que se ouviu da parte de alguns responsáveis políticos», atirou, garantindo que «o investimento é transversal a todo o concelho» e que «nenhuma freguesia ficou para trás».

Manuel Moreira disse que a dívida da autarquia «era de 12 milhões de euros em 2015 e que actualmente ronda os cinco milhões», mostrando-se satisfeito com o trabalho realizado.

«Não há colapso. Temos menos dinheiro do que queríamos, mas as contas estão equilibradas», garantiu.

OPOSIÇÃO VOTA CONTRA

Pela voz de Rosa Fernandes, o MAIS – Movimento Amares Independente e Solidário deixou várias críticas, considerando «preocupante» que o Plano Plurianual de Investimento (PPI) tenha tido uma taxa de execução de 51%, sendo que «a grande maioria das acções previstas para as diferentes freguesias ficou a zero».

«A justificação de que algumas grandes obras começaram tarde e que o seu desenvolvimento teve impactos negativos na taxa de execução anual não pode ser aceitável. Primeiro, temos que saber por que razões essas obras começaram mais tarde e, como se sabe, alguns dos processos não correram nada bem», apontou.

Recomendando «uma gestão mais responsável», deixou também críticas ao aumento de cerca de 10% com despesas de pessoal, o que considerou «não ser justificável» apenas com a progressão das carreiras e as actualizações salariais, como disse Manuel Moreira.

No mesmo sentido, Francisco Alves, do PS, defendeu que «Amares perdeu obra e investimento, mas ganhou despesa permanente, que fica para sempre», considerando que existem «sinais de alerta» para o futuro.

«Constatámos haver diferentes indicadores que mostram essencialmente duas coisas: que o modelo de gestão não promove o esperado desenvolvimento de que Amares precisa e que as contas estão deficitárias, o que torna evidente o desequilíbrio financeiro», atirou.

Reportando-se ao PPI, disse que «avançaram apenas 14% dos projectos, o que mostra um baixo índice de concretização e não abona nada em favor desta gestão». «Não passam de intenções ou sonhos adiados, com as Juntas a exasperar por obras que há largos anos são reclamadas pelas populações», frisou.

Na hora da votação, PS e MAIS votaram contra.

Em sentido contrário, o representante da bancada da Coligação “Juntos por Amares” (PSD/CDS-PP), Martinho Braga, elogiou a acção do executivo, considerando que o ano de 2019 «permitiu avançar com projectos importantes para o desenvolvimento do território», que «deve ser feito de forma articulada e em rede com as Juntas de Freguesia».

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