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Até a previsão do tempo foi afectada pela Covid-19

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Os efeitos da pandemia fazem-se sentir em todos os sectores e nem a previsão do tempo escapa. Com a suspensão de voos em todo o mundo, a qualidade dos dados meteorológicos diminuiu com impacto na previsão do tempo.

Apesar das previsões do tempo serem feitas através de dados transmitidos a partir de estações à superfície, satélites e balões atmosféricos, a informação mais relevante para os serviços meteorológicos chega através dos aviões.

Os sensores a bordo das aeronaves obtêm milhares de observações do estado da atmosfera, transmitindo medições essenciais “concentradas num sistema que é designado por AMDAR e essa informação é utilizada pelos modelos para fazer as suas previsões”, explica o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Com o sector da aviação quase parado, a informação no final de Março foi dez vezes inferior ao normal, com consequências para a previsão do tempo.

“Essa redução brusca da informação faz com que a qualidade das previsões começa a sofrer alguma deterioração. A estimativa que se faz neste momento é que a qualidade à superfície vai no mínimo diminuir 3% e a qualidade em altitude irá diminuir entre 15 a 20%”, explica Miguel Miranda.

Para conseguir dados fidedignos, o IPMA teve de dar uns quantos passos atrás na ciência, passando a lançar balões atmosféricos duas vezes por dia, quando o normal é apenas uma.

“Nós lançamos balões em Lisboa, no Funchal e nas Lajes, nos Açores. Se a situação de prolongar muito mais tempo, vamos ter de começar a lançar balões de vários locais”, refere.

É um “retrocesso muito significativo” admite o presidente do IPMA e que ninguém pensou ter de enfrentar.

“Nunca ninguém imaginou que a navegação era um risco e nunca o problema da navegação aérea foi considerado por nós. Muito pelo contrário. Nós temos progressivamente aumentado a colaboração com as companhias aéreas e, na verdade, nunca ninguém imaginou: e se isto parar? E neste momento tivemos aquilo que não deveria acontecer, aconteceu”.
Se as ligações aéreas não foram restabelecidas rapidamente, a comunidade meteorologia terá de recorrer a cada vez mais ao lançamento de balões atmosféricos.

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