Mudámos de ano e já entrámos em 2021!
Todos desejamos que este seja um ano melhor que o último, pois 2020 foi um ano mau demais para todos nós. Toda a nossa realidade mudou devido à pandemia e não há, nos dias de hoje, um paralelo de algo semelhante que nos tenha acontecido, no pós-25 Abril.
A verdade é que o novo ano traz também eleições Autárquicas. Nunca se entrou numa fase de política local igual a esta, com tão calmo ambiente político e, diga-se, tão pouco entusiasmo para com os poderes instalados.
Tudo normal, pois à preocupação reinante quanto à saúde de todos nós, alia-se um desencanto natural de um povo que em Amares se sente mal governado.
Amares não está como estava e a as suas mudanças são inequívocas: Estamos bem pior!
Nas nossas ruas os depósitos de lixo envergonham; nas nossas estradas abundam buracos, lombas e depressões; no nosso comércio e nas nossas empresas luta-se para honrar compromissos; nas nossas casas a água chega aos soluços; nas nossas famílias desespera-se por empregos seguros; no nosso património continuamos a chorar as perdas; no nosso associativismo temos mais reféns do Município que nunca… e poderia continuar a citar a lista da desgraçada governação municipal.
A realidade é dura: Há pessoas a desesperar em Amares, sem que a Rede Social lhes dê respostas. Há famílias que passam fome! Há casas onde entram pingos da chuva sem serem “convidados”!
Entretanto, tivemos a felicidade de um grupo de Amarenses terem conseguido criar um movimento civil que foi brilhante na solidariedade e convocou o que Amares tem de melhor: a sua gente!
Foram heróis, que minimizaram a preguiça daqueles que têm obrigação de gerir os milhões da coisa pública com mais competência e responsabilidade.
E agora as Autárquicas!
É verdade que em Amares a “montanha pariu um rato”!
Aqueles que outrora anunciavam que iam combater os “barões”, hoje provam que afinal não passaram de personagens “quixotescas”, nos primeiros ensaios populistas na nossa terra.
Sim… algum desse populismo que está estudado e que a democracia precisa urgentemente de combater. Esse populismo que mente, destrói, engana e constrói realidades paralelas. Um populismo que, ao contrário do que se diga, não está “próximo das pessoas”, mas faz de conta que quer cuidar delas.
Uma das armas do populista é o convocar das hostes com muita festa, folclore e “comezainas”. A receita da política romana “Pão e Circo” continua a ter seguidores nos novos tempos, com o mesmo fim: que o povo distraia a mente e se esqueça da política e de quem tem a obrigação de o governar.
Mas os tempos pandémicos não permitem festas e arraiais, desses que sorveram no passado centenas de milhares de euros aos cofres da autarquia.
O mundo não pára, os tempos são outros e as pessoas precisam de mais governo e menos manobras de diversão. Assim, o modelo populista precisou adaptar-se a uma espécie de Big Brother político. Mas agora, um cartaz à beira da estrada afigura-se muito pouco para convencer quem sente que merece mais… muito mais.
Honra seja feita àqueles que lutam de verdade! E é verdade que esta terra também tem autarcas dos bons! Muito bons!
Quanto aos outros… Lincoln, que foi Presidente dos EUA, disse um dia: “Podes enganar o povo por algum tempo, mas não enganarás todos para sempre.”