A Distrital do Bloco de Esquerda (BE) de Viana do Castelo acusa a Câmara local de “silêncio ensurdecedor” face à situação dos profissionais de saúde de imunologia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (USAM), que se encontram em greve esta terça e quarta-feira contra a concessão do serviço a uma empresa externa ao hospital.
Defendendo que “só a internalização do serviço poderá permitir a formação de equipas capazes de estruturar um serviço que esteja comprometido com os objectivos de saúde pública”, “estabilizando o corpo médico, remunerando decentemente os seus técnicos e renovando os equipamentos”, os bloquistas apelam à intervenção das instituições de Viana, onde está sediada a USLAM.
“É tempo para que a sociedade civil e as instituições representativas, nomeadamente a Câmara Municipal de Viana do Castelo, mais do que o elogio fácil aos profissionais de saúde da ULSAM em tempo de pandemia, exija da administração do seu hospital, mais qualidade na prestação dos serviços, melhor dignidade no exercício profissional para os seus trabalhadores e mais robustez no SNS”, reclamam.
“O silêncio por parte da autarquia é ensurdecedor”, afirma.
Para o BE “mais do que palmas”, os profissionais de saúde” precisam de dignidade para exercer as suas funções, assim como o SNS precisa de encontrar as melhores respostas para cumprir os objectivos de saúde pública que se exigem”.
“Não podemos apenas bater palmas aos profissionais de saúde”, sublinha.
DEGRADAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO
O Bloco afirma que a externalização daquele serviço “não acautela a qualidade do serviço prestado ao mesmo tempo que compactua com a completa desregulação laboral neste seu sector tão importante”.
“A externalização do serviço “que há anos vai, periodicamente, saltando de concessionário em concessionário viu, por esta via, degradar a qualidade do serviço, desactualizar os seus equipamentos, e assim prejudicar a resposta que se espera por um serviço assistencial de qualidade”, consideram o BE.
Paralelamente, acrescenta, “a não fixação de quadros médicos e a precarização completa dos seus técnicos prejudica, de forma dramática, a possibilidade de estruturação de um serviço que se quer comprometido com os objectivos de resposta em termos de cuidados médicos para com a nossa comunidade”.
O Bloco lembra que, a seu pedido, a administração da ULSAM está a responder esta terça-feira sobre a contratação do serviço a empresa LifefocusII, externa à Unidade, na Comissão de Trabalho e Segurança Social da Assembleia da República.
Recorde-se que após três dias de vigília, os técnicos de radiologia da avançaram com uma greve como protesto contra a caducidade ilegal dos contratos de trabalho a termo e os recibos verdes, considerando a “continuidade da concepção do Serviço de Imagiologia da ULSAM à LifefocusII e “o histórico de mais de uma década e meia de concessões a privados deste serviço”.
Aqueles profissionais da saúde exigem “a conversão dos seus contratos e a manutenção do posto de trabalho no cumprimento dos princípios legais da transmissão de estabelecimento”, tendo em conta “um histórico de precariedade das condições de exercício profissional destes profissionais de saúde e o não reconhecimento do direito à manutenção do seu posto de trabalho nos termos da lei”.
Foto Alto Minho TV