As relações humanas são um eterno mistério!
No mundo da política é frequente as relações pessoais e de grande confiança influenciarem as decisões políticas e institucionais e nem considero que isso seja sempre mau. O que já não é aceitável é que alguém que detenha grandes responsabilidades institucionais se deixe capturar pela fácil reação de eventuais más relações pessoais.
Sem indiretas e falsos moralismos, vêm-me à cabeça os mais recentes problemas que opõem a Direção dos Bombeiros Voluntários de Amares e o Município, com uma troca de acusações em público que pouco dignificam as instituições envolvidas.
É sabida a boa relação pessoal existente entre os líderes das duas instituições. Também é conhecida a ampla e saudável colaboração que, também fruto dessa relação, as duas entidades vão mantendo.
Mas o que se passa agora?
Sem querer atribuir culpas a qualquer das partes, a única verdade que é inquestionável é a de que a obrigação de qualquer representante institucional é manter a urbanidade a leal cooperação institucional, independentemente de gostar mais ou menos do seu interlocutor.
As relações institucionais nunca podem ser prejudicadas por fatores alheios à história e vida das instituições, muito menos, qualquer protagonista tem o direito de usar a instituição que representa para acertar contas pessoais, mal resolvidas.
Já vi grandes organizações serem representadas por grandes gestores e estrategas, mas que não sabiam atuar e estar no seu ecossistema político, com danos irreparáveis para a imagem pública dessas organizações.
Também aqui é crucial ter um perfil adequado e não é preciso ser um expert das relações públicas, para se perceber que quando representamos uma instituição – seja ela pública ou privada – há duas regras de ouro que não podemos nunca esquecer: 1º A representatividade que nos é conferida é temporal e não nos pertence. Nem a representatividade nem a instituição; 2º Qualquer instituição que representemos tem um determinado papel e é a esse que estamos confinados. Qualquer intromissão em entidade alheia é uma ingerência inaceitável e imoral.
Apague-se o que de mal correu até agora e relativize-se os “ditos”, porque se há coisa que já aprendi na política é a de que há a verdade a defender, mas há uma boa percentagem dessa verdade que pode não o ser.
Lembro-me sempre de uma célebre frase um estadista britânico, que afirmava que uma mentira dá rapidamente a volta ao mundo, sem que a verdade tenha tempo de se vestir.
Pois é tempo colocar pés ao caminho. Há uma obrigação a cumprir que é de bem representar as entidades. Não é aceitável que duas organizações desta importância não falem há meses, principalmente num momento tão delicado como o que vivemos. A comunicação entre as partes é essencial para limar arestas, flexibilizar posições e (re)começar a trabalhar. Toca a engolir o ego, se fazem favor!
Aproveito para desejar a todos os leitores um Natal em harmonia familiar. Com saúde e muita sorte, pois são ambos muito preciosos nos tempos que vivemos.
Um abraço fraterno!