Um novo movimento chamado ‘The Surge’ convocou para os próximos dias 18 e 19 marchas de protesto em pelo menos 10 países europeus, Portugal incluído, contra o fascismo e a guerra e pela justiça climática e libertação da Palestina. O encerramento da iniciativa está previsto para Braga, no domingo, dia 19.
As marchas em Portugal estão previstas para Lisboa, Porto, Faro, Coimbra, Ponta Delgada e Braga. Mas o mesmo movimento, criado por activistas de vários países, vai apresentar-se em mais uma dúzia de outras cidades europeias, e eventualmente outras cidades da América do Sul.
Leonor Canadas, activista do movimento, anuncia que no dia 18, em Lisboa, a marcha inicia-se na Praça José Fontana e termina na Praça do Martim Moniz, onde haverá um arraial, e em Faro a marcha culmina com debates e convívio.
Debates e convívios também ocorrerão no Porto e em Ponta Delgada, no mesmo dia, enquanto para Coimbra está prevista uma concentração.
Em Braga, no domingo, encerram-se as iniciativas com projecção de filmes e debates.
TRÊS MOVIMENTOS UNIDOS
A activista do movimento, explicou à Lusa que o ‘The Surge’ foi lançado em Novembro passado aquando da divulgação de uma convocatória internacional subscrita por activistas de vários países, um deles Portugal. Desde então o movimento cresceu em países e em apoiantes.
Sem uma estrutura física e sem uma liderança o ‘The Surge’ junta activistas de três movimentos, contra o fascismo, pela libertação da palestina e pela defesa do clima, explicou.
“Vivemos um novo ciclo político e histórico em que as elites conduzem a humanidade para a aniquilação; o genocídio na Palestina é prova de planos de extermínio que começam por atingir os mais pobres, os mais vulneráveis e a classe trabalhadora”, disse o movimento num comunicado sobre as manifestações, que decorrerão em cidades como Amesterdão ou Barcelona, Bruxelas ou Hamburgo, Oslo ou Bucareste.
Para os activistas, a escalada do fascismo, das guerras e do colapso climático não são crises isoladas, mas “partes de um sistema que promove desigualdade, violência e exploração”, o “único plano que os poderosos têm para o futuro”.
“Vivemos um estado de emergência que exige acção e mobilização imediatas. As nossas lutas têm prazos claros: pôr fim imediato ao genocídio perpetrado por Israel contra o povo da Palestina e a outras guerras, desmantelar a indústria dos combustíveis fósseis dentro de uma década e derrotar para sempre os fascistas, a última defesa autoritária e violenta do capitalismo global”, referem no comunicado.
“OFENSIVA POPULAR”
Os activistas notam que a “ofensiva popular” começa no fim de semana antes da posse de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, que é a “personificação do caos climático, do fascismo e da guerra”.
A administração “Musk/Trump é a montra dos planos das elites para o futuro: violência, perseguição à diferença, racismo e sexismo inabaláveis, tudo em nome de lucros contínuos e de uma aceleração rumo ao colapso do clima que permite a existência da humanidade”, acrescentam.
Leonor Canadas disse à Lusa que o movimento é horizontal e descentralizado o que não invalida o apoio de associações e movimentos, e acrescentou que esta será a primeira acção e que outras se irão seguir.