“Sendo verdade que muitas vezes as escolas nos querem nas reuniões, nas festas, eventos, seminários, já não é tão verdade que gostem de nos ver discutir as questões de organização e pedagógicas. Também sabemos discutir isso. Deveria ser quase um orgulho e uma honra uma escola ter uma associação de pais, porque significaria que, efectivamente, a comunidade toda era interveniente e acompanhava a vida escolar. Esse é o caminho, mas as barreiras são muitas”.
Recordo estas palavras do Presidente da Confederação Nacional das Associação de Pais para reflectir um pouco sobre a realidade da Associação a que tenho a honra de presidir.
Sujeita a críticas, umas justas outras bastante injustas, a Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Amares nunca deixou de intervir, junto da comunidade escolar, das mais variadas formas.
É inegável que tem sido constante a sua presença nos momentos marcantes da vida do agrupamento durante os diferentes anos lectivos. Também tem demonstrado uma determinação efectiva em dar o seu contributo para a melhoria do recinto escolar.
E é neste ponto que me quero centrar: uma Associação de Pais deve ter sempre uma dose de bom-senso na divulgação pública do trabalho que faz. Intervir quando necessário, trabalhar na sombra permanentemente. Ora como tudo hoje é medido por cliques, visibilidade pública e não sei que mais, os senhores do sofá ficam sempre mais à vontade para dizerem tudo aquilo que quiserem.
Dois ou três exemplos daquilo que pretendo dizer: a Associação de Pais tomou uma posição pública sobre as obras na EB 2/3 realçando a sua concretização ansiada por todos há muitos anos. O que interessou, para fora, foi aquilo que o Presidente não disse mas devia ter dito: que faltavam ainda um conjunto de infra-estruturas, que as obras estavam incompletas, etc. etc.
O problema é que muitas vezes fala-se do que não se sabe porque no sofá é sempre mais confortável. Como é evidente, desde o início, a Associação de Pais esteve presente nas mais importantes reuniões sobre as obras, acompanhou o seu desenvolvimento, sabe porque é que o projeto inicial foi alterado e com o consenso de quem. Muitas vezes, estes tipos de coisas não são realmente as mais importantes.
Importante é os nossos filhos terem sempre melhores condições para estudarem e estarem na escola com conforto, alegria e vontade de aprender. E isso, a nova EB 2/3 proporciona.
Se há terapeuta na fala no Agrupamento, e o que tantas vozes disseram pela sua ausência, deve-se à Associação de Pais que assumiu este desiderato, sem muitas parangonas ou panfletos. Interessa que haja o serviço.
A caldeira da escola Secundária teve problemas que prometiam arrastar-se por muito tempo com a desculpa da falta de capacidade financeira das entidades oficiais. Vieram logo umas vozes a público ameaçar com greves e até com uma nova Associação. Mas nunca ninguém se preocupou em saber o que estava a ser feito.
Nos bastidores porque é assim que muitas coisas se resolvem. E resolveram-se com muitas diligências da Associação de Pais e da direcção do Agrupamento de Escolas e em tempo recorde.
As tais vozes amocharam porque o interesse delas nunca foram os seus filhos ou a comunidade escolar. Foi, é e será sempre a fotografia ou o marcar de posição para outros combates dos quais a Associação de Pais nem tem a ver nem nunca terá.