A Câmara de Amares aprovou, esta quarta-feira, o Plano Plurianual de Investimentos e o Orçamento Municipal para 2024, que prevê um montante global na ordem dos 22,7 milhões de euros.
A proposta foi aprovada com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS-PP e do vereador independente Emanuel Magalhães. Os representantes do PS, Pedro Costa e Valéria Silva, votaram contra.
Na explicação do ponto, o presidente da autarquia, Manuel Moreira, lembrou o “momento de transição” entre quadros comunitários e destacou os “cerca de nove milhões de euros de investimento para a execução de projectos” no concelho.
“Perspectivamos, com muita confiança, um ano de 2024 que permitirá a execução de compromissos e anseios identificados, depois de um ano de 2023 marcado pela concretização de projectos financiados ao abrigo do quadro comunitário”, disse o autarca.
Segundo Manuel Moreira, entre as obras programadas para o novo ano, estão a construção do pavilhão multiusos de Amares (com uma previsão orçamental de 1,5 milhões de euros), novas intervenções em estradas e caminhos municipais (1,2 milhões) e a melhoria no sistema de abastecimento de água, quer com a substituição da conduta na estrada entre Lago e Rendufe, quer com a nova conduta entre o Pilar e a Torre (2 milhões).
“Continuamos atentos, ambicionando que 2024 traga a abertura do aviso para submetermos a candidatura para requalificação da nossa Escola Secundária. Outras intervenções estão a ser preparados ao abrigo de candidaturas, das quais destaco a requalificação do edifício do centro de saúde, no âmbito de um protocolo de colaboração com a ARS Norte, que contemplará valores na ordem dos 600 mil euros”, sublinhou o presidente da Câmara.
Apesar de ter chamado a atenção para o facto de a “despesa corrente continuar muito elevada”, o vereador independente, Emanuel Magalhães, votou a favor, sublinhando a importância dos investimentos previstos no abastecimento de água, uma área que sempre entendeu como prioritária.
PS CONTRA MODELO DE GESTÃO
Os vereadores do PS, que votaram contra, criticaram o modelo de gestão implementado pelo executivo liderado por Manuel Moreira, deixando expressas preocupações com a sustentabilidade financeira do município.
“Este é um modelo de gestão muitíssimo pesado e que vai deixar consequências, porque está a entrar em desgoverno. A Câmara de Amares é o maior empregador do concelho e isso não é positivo”, criticou Pedro Costa.
“A qualidade de vida e o desenvolvimento do concelho são uma miragem. Há algumas obras nas freguesias, mas muito aquém das necessidades”, acrescentou o vereador socialista.
À semelhança do que já fizera noutras ocasiões, Pedro Costa voltou a apontar ao “aumento exponencial” dos custos com pessoal, que ascendem a 6,3 milhões de euros, tal como à “dependência” de financiamento externo.
Na mesma linha, Valéria Silva disse que “as receitas correntes aumentam, mas as receitas de capital diminuem”, mostrando particular preocupação com o facto de a despesa com pessoal passar de 24 para 27% do total do orçamento, com a proposta de abertura de quatro novos postos de trabalho.
Como factores positivos, a vereadora socialista destacou sobretudo as obras em água e saneamento, assim como a construção do pavilhão multiusos de Amares e a intervenção prevista para o edifício da Câmara Municipal.