As comunidades intermunicipais (CIM) do Cávado e do Ave assinaram, esta sexta-feira, um memorando de entendimento que prevê a concertação de projetos e ações conjuntas entre os dois organismos em matérias, desde logo, como obtenção de financiamento.
“Estamos a falar de ganhar escala, por exemplo, para financiamentos ao Banco Europeu de Investimento, para a concretização de investimentos públicos”, explicou o presidente da CIM do Cávado, o autarca de Braga, Ricardo Rio, em declarações aos jornalistas.
Transportes, inovação e proteção civil são outras das matérias previstas no memorando, que foi rubricado por Ricardo Rio e por Domingos Bragança, presidente da CIM do Ave e da Câmara de Guimarães, na presença do ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
As duas CIM propõem-se ainda pugnar pela criação de um grupo de trabalho para avaliação do papel das entidades intermunicipais e reforço de competências para o futuro, que reflita um novo paradigma na gestão de recursos humanos, compras públicas, ordenamento do território, ambiente e cultura.
Domingos Bragança também colocou a tónica na necessidade dos ganhos de escala, enfatizando as matérias do transporte público de passageiros e a ligação de ligação à futura estação de alta velocidade.
FUTURA ÁREA METROPOLITANA
No final da assinatura de um memorando de entendimento, Ricardo Rio disse que “cada passo destes é um caminho” para chegar à criação de uma eventual área metropolitana do Minho e sublinhou que a região tem perdido financiamentos por não ter aquele estatuto.
“Naturalmente que essa área metropolitana tem de fazer sentido também do ponto de vista operacional, não apenas do ponto de vista conceptual, e cada passo destes é um caminho para lá chegar”, afirmou.
Ricardo Rio disse que não fazem sentido as “assimetrias em termos de distribuição de recursos” entre o Minho e das duas áreas metropolitanas do país, em Lisboa e no Porto.
“Atendendo às características deste território e à dinâmica que tem, não faz sentido ter as assimetrias que existem em termos de distribuição de recursos face àquelas que são as duas áreas metropolitanas”, vincou.
Presente na cerimónia, o ministro da Coesão, Manuel Castro Almeida, apontou também o caminho da área metropolitana para aquela região. “Acho que [pelo] dinamismo, a atividade que se vê nesta zona, eu diria que o Cávado está a caminho de ser uma área metropolitana, está a percorrer o percurso de uma área metropolitana”, referiu.
As CIM do Cávado e Ave representam mais de 846 mil habitantes, numa área total de 2.673 quilómetros quadrados. A CIM do Cávado integra os concelhos de Amares, Braga, Barcelos, Esposende, Terras de Bouro e Vila Verde, enquanto a do Ave é composta por Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela.