Um lar em Cavalões, Vila Nova de Famalicão, com 33 utentes, está sem funcionários a trabalhar, depois de oito terem testado positivo para o novo coronavírus, disse à Lusa a proprietária daquele equipamento. Alguns dos utentes também estão doentes.
De acordo com a proprietária e gerente da Residência Pratinha (um lar privado), Teresa Pedrosa, os 18 funcionários daquele equipamento estão “ou com teste positivo ou em quarentena”, estando os 33 utentes a ser acompanhados por ela, a directora técnica, “que está grávida”, e uma enfermeira.
“Queremos ajuda, que reintegrem os utentes ou nos arranjem pessoas para nos ajudar”, afirmou Teresa Pedrosa em declarações à Lusa, explicando que já entrou em contacto com a Segurança Social, a delegada de saúde e a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.
Segundo Teresa Pedrosa, a Segurança Social disse que “como é um lar privado, o caso tem que ser tratado com a Saúde Pública”. “A delegada de saúde disse que temos que ficar as três com eles. O que é impossível”, afirmou.
O mais velho dos utentes tem 94 anos e o mais novo 55, “mas tem HIV”. “São pessoas de alto risco”, alertou.
Já fonte oficial da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão contou que a autarquia foi informada “hoje [domingo] de manhã da existência do problema”.
Recordando tratar-se de “uma instituição privada”, a mesma fonte referiu que “o caso foi entregue às entidades regionais de Saúde e de Protecção Civil”.
“A Câmara está a acompanhar a situação com preocupação e está disponível para ajudar, dentro das duas possibilidades e competências”, referiu a mesma fonte, contando que “foi accionada ajuda ao nível da disponibilização de refeições”.
UTENTES DOENTES
Os utentes do lar estão a ser submetidos ao teste do novo vírus, disse este domingo a ministra da Saúde, que lembrou que as instituições devem ter planos de contingência para responder à pandemia.
Marta Temido realçou que se trata de um “lar privado” onde foram identificados “alguns doentes” com o vírus da covid-19 e “que estão as ser testados esta manhã [domingo]”.
“Preocupa-nos a circunstância que está a ocorrer concretamente em Famalicão, na medida em que estas instituições, que são instituições privadas ou IPSS, têm de ter um plano contingência”, que “tinham de ter pensado”, seguindo informações divulgadas “há bastantes dias, para não dizer semanas”, disse Marta Temido, dando como exemplo a necessidade de haver equipas a trabalhar em turnos ou de haver recursos humanos “de segunda linha” preparados para a possibilidade de serem accionados.
No entanto, a governante admitiu que esta gestão “é muito difícil”, sublinhando que, muitas vezes, as entidades não têm meios disponíveis.
“O que é importante é que as cadeias de responsabilidade das instituições possam encontrar e agilizar com outras entidades soluções”, vincou.
Marta Temido, que falava aos jornalistas, em Lisboa, disse ainda que as autoridades de saúde têm identificadas neste momento quatro instituições que recebem idosos com casos confirmados de infecção com o novo coronavírus, duas na região de Lisboa e Vale do Tejo e duas na região Norte, incluindo a de Famalicão.