Artigo de João Ferreira
Assinalou-se no passado 13 de Outubro o dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofe. Este dia foi instituído formalmente pelas Nações Unidas como “Dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofes” com o intuito de sensibilizar governos, organizações e cidadãos de todo o mundo para a necessidade de desenvolverem acções de que contribuam para prevenir riscos e reduzir vulnerabilidades, aumentando a resiliência das comunidades e a capacidade de antecipação e resposta face à ocorrência de acidentes graves ou catástrofes. Prevenção, mitigação e preparação são os motes do Dia Internacional para a Redução de Catástrofe.
Tenho reforçado em artigos anteriores a necessidade de envolver cada vez mais o cidadão e os poderes políticos locais para o desenvolvimento de acções que visem uma melhor preparação na dita antecipação de ocorrências graves ou catástrofes. O cidadão, não o sendo legalmente, é o principal Agente de Proteção Civil.
Antes de avançar, vamos definir alguns conceitos para esclarecer melhor esta temática. Risco é o produto da Perigosidade pela Consequência, ou seja, é a probabilidade de ocorrência de um processo (ou acção) perigoso e respectiva estimativa das suas consequências sobre pessoas, bens ou ambiente, expressas em danos corporais e/ou prejuízos materiais e funcionais, directos ou indirectos. Por outro lado, a Consequência ou Dano Potencial que reporta aos elementos expostos que resulta do prejuízo ou perda expectável num elemento ou conjunto de elementos expostos, em resultado do impacto de um processo (ou acção) perigoso natural, tecnológico ou misto, de determinada severidade (ANEPC).
Resumidamente o risco nunca é “0”, mas podemos sempre reduzir a valores mais baixos se conhecermos os perigos e diminuirmos os valores expostos e vulnerabilidades (vida humana, bens materiais e ambiente). Devemos estar familiarizados com os perigos, uma melhor compreensão e preparação melhora a nossa resiliência e mitiga o risco.
Felizmente, tem havido algum trabalho nesta vertente mas ainda pode-se fazer mais, com acções de sensibilização para a população em geral, realização de simulacros, formação/instrução de colaboradores dos serviços públicos em matéria de Proteção Civil, criar canais de maior proximidade para resolução de problemas no âmbito de proteção civil, criação de Unidades Locais de Proteção Civil, criação de Plataformas Locais para a Redução do Risco de Catástrofe, promoção e valorização do recrutamento dos vários Agentes de Proteção Civil, promover o planeamento especial ou prévio de intervenção, tornar a divulgação/difusão mais eficaz dos avisos à população.
Não veja as limpezas ou aberturas de faixas de combustível em redor das casas/aglomerados populacionais como uma obrigação mas sim como uma medida de prevenção/mitigação, não veja a limpeza de sarjetas/caleiros, ameaça de queda de árvores ou outros perigos como obrigações de alguém os resolver. Faça parte dessa resposta, colabore, sinalize, alerte.
Deixo outras recomendações para este período do ano. Com o frio à porta sabe bem o quentinho da lareira, mas não se esqueça de a limpar, recomenda-se limpeza das chaminés de dois em dois anos e com a lareira acesa use uma proteção para a lareira e/ou retire tapeçarias da frente, reduza o risco de incêndio.
Desde já desejo um Santo e Feliz Natal.