Por Marco Alves
Desde 2015 que Portugal não conhece outro primeiro-ministro que não António Costa. Embora em 2015 não tenha vencido, juntamente com o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, o PS formou um governo inédito no país – a Geringonça. Quatro anos depois, surgiram naturalmente novas eleições, onde o PS venceu com 108 deputados, sem abraçar os anteriores parceiros. Quase chegavam ao fim do mandato mas o chumbo do orçamento de Estado para 2022 ditou a dissolução da Assembleia da República. Novas eleições agendadas em 2022 com vitória esmagadora do PS, uma maioria absoluta. Dois anos depois, estamos de braços e abraços com as urnas e candidatos, após envolvimento em diversos escândalos e polémicas a que esteve sujeito António Costa e o seu Governo.
Penso que ninguém sabe quem vai vencer, aliás as sondagens das últimas eleições legislativas demonstraram perfeitamente esse sentimento.
Em 2015 entrou na Assembleia da República um novo partido para representar os portugueses que neles votaram, o PAN, e em 2019 mais outros dois partidos conseguiram pela primeira vez também entrar, o Chega e a Iniciativa Liberal. Até em 2022 o efeito dominó que se vinha a sentir num histórico partido e fundador da democracia acabaria por chegar e declarar momentaneamente o fim do CDS no Parlamento. Agora foi salvo dos escombros, ao contrário do PPM, que também abraça a imitação original da AD – enfim, salve-se quem puder.
A subida da abstenção ao longo dos anos, seja nas eleições legislativas ou nas restantes, talvez por falta de interesse da população na política, ou por outro motivo, faz com que também haja um aumento de partidos políticos, de forma a servir gostos e feitios que vão ao encontro e encanto aos eleitores, embora não concorde com o sistema eleitoral existente. Podia-se muito bem alterar, para a representação política territorial na Assembleia da República ser mais robusta e eficiente e evitar desperdício de votos que o método de Hondt não elege… mas, bem, esse é um outro tema bastante fraturante na nossa democracia e talvez ainda demore anos ou décadas até ser resolvido.
Nesta eleição de 10 março, observo um pequeno e recente partido tal como a generalidade do eleitorado, a Nova Direita de Ossanda Liber, mas há mais a ressalvar além de pequeno e recente. Em primeiro lugar, por ser um partido de direita que ideologicamente já não estava representado na última composição da AR. Em segundo lugar, por ser a terceira mulher em 50 anos a liderar um partido de direita em Portugal. Por último, mas há mais, ser uma mulher “negra” e com enorme coragem, é um marco histórico e novo para a política nacional.
No distrito de Braga são 17 listas a concorrer. Boa sorte à Nova Direita e sucesso para a Ossanda Liber.