O painel de azulejos “À Cidade”, instalado no Túnel da Ribeira, no Porto, foi recuperado pela empresa bracarense Signinum e já voltou ao seu lugar original.
A peça do artista Fernando Lanhas tem uma área total de 35 metros quadrados (sete metros de largura por cinco metros de altura) e 875 azulejos.
“Do ponto de vista técnico, os azulejos apresentavam algumas instabilidades e destacamentos. Verificámos perdas de material que nos obrigaram a ter que produzir algumas peças novas”, adianta o conservador-restaurador e cofundador da Signinum, António Cardoso, sublinhando que o grande desafio da intervenção acabou por estar relacionado com um novo sistema de assentamento, “um pouco fora do normal”.
“O azulejo passou a estar assente diretamente numa estrutura autónoma da superfície da parede, por isso, tudo o que acontecer à parede, não acontece ao azulejo, a partir de agora”, explica o responsável, garantindo que, do ponto de vista estético, a nova estrutura de assentamento não é percetível a quem passa no local.
Contudo, acrescenta, “do ponto de vista técnico, de sustentabilidade, manutenção e garantia de preservação, a solução permitirá fazer uma manutenção mais assertiva, rápida e barata” do painel.
A obra de Fernando Lanhas foi oferecida ao ,unicípio do Porto em 2015, três anos após o falecimento do artista, pelos seus familiares. O nome “À Cidade” adveio da vontade do autor em oferecer ao Porto um dos seus últimos trabalhos.
“O que acontece um pouco com qualquer intervenção ligada à área do património, é que temos de dar atenção à questão de segurança pública – neste caso os azulejos podiam cair -, mas também é preciso respeitar o património. E esta é uma peça de grande importância a nível artístico”, conclui António Cardoso, “orgulhoso” com o resultado final que, agora, pode ser visto por milhares de pessoas que, todos os dias, passam pelo Túnel da Ribeira.