A PJ desencadeou uma operação que visou uma empresa que terá lesado o Estado em 3,5 milhões de euros num esquema de fraude ao IVA, tendo sido constituídos oito arguidos e apreendidos 75 mil euros em dinheiro.
De acordo com o comunicado da PJ, divulgado esta quarta-feira, a operação ‘Carrocel’, desencadeada pelo Departamento de Investigação Criminal de Setúbal, decorreu na terça-feira e envolveu 17 buscas domiciliárias e 21 não domiciliárias, incluindo em gabinetes de contabilidade, tendo a operação policial desencadeado diligências em várias localidades da margem sul do Tejo, mas também nas zonas de Lisboa e Porto.
Segundo a PJ, “foi apreendido relevante material probatório que será objetivo de análise e perícia, bem como a quantia de 75 mil euros em numerário”, e os oito arguidos constituídos correspondem a cinco pessoas e três empresas.
A empresa visada, não especificada pela PJ, é “uma empresa nacional grossista, do ramo alimentar, higiene e limpeza, localizada na margem sul do Tejo”.
Em causa estão suspeitas de fraude fiscal qualificada, nomeadamente fraude ao IVA “na modalidade de fraude de aquisição”, tendo os alegados crimes sido praticados entre 2015 e 2021.
Na base da investigação está uma inspeção realizada pela Autoridade Tributária (AT).
“As diligências realizadas vieram a permitir identificar uma rede de sociedades e de pessoas singulares, que simulavam aquisições e vendas de mercadorias no mercado nacional e no mercado comunitário, procurando aproveitar legislação relativamente à não liquidação de IVA entre estados membros da União Europeia. De forma a camuflar a atividade da empresa, foram constituídas diversas empresas de “fachada” como forma de justificar a proveniência das aquisições”, adiantou a PJ, sobre o esquema sob suspeita.
Acompanharam as diligências duas magistradas do Ministério Público, e, pela PJ, 62 inspetores, 14 peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilista, oito peritos da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática. Pela AT acompanharam a operação 20 inspetores e oito peritos informáticos.
O inquérito é tutelado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Évora.